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Assinalou-se esta sexta-feira um ano desde que as tropas russas invadiram o território ucraniano, a 24 de fevereiro do ano passado. O dia foi marcado por demonstrações de apoio à Ucrânia, com vários aliados a anunciar o envio de mais equipamento militar e a imposição de novas sanções à Rússia.

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Em Kiev, o Presidente ucraniano discursou perante as forças armadas na Praça Sofia, junto à catedral onde, ao início desta manhã, ocorreu uma cerimónia que assinalou o primeiro ano de guerra. “Até na escuridão conseguimos ver a luz da vitória”, sublinhou.

As autoridades russas estiveram maioritariamente silenciosas esta sexta-feira, uma atitude que contrasta com as declarações e eventos dos últimos dias. Na Rússia o dia foi marcado pela detenção de dezenas de civis, incluindo nas cidades de Moscovo e São Peterburgo.

Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta sexta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • As autoridades ucranianas alertaram que a Rússia duplicou o número de navios de guerra presentes no Mar Negro. O exército ucraniano adiantou que há neste momento oito embarcações posicionadas.
  • Os 27 Estados-membros da União Europeia chegaram a acordo e aprovaram um novo pacote de sanções à Rússia, no dia em que se assinala um ano do início da invasão da Ucrânia. Segundo a presidência sueca, estas são as “sanções mais vigorosas e de maior alcance de sempre para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra”.
  • O líder turco pediu uma “paz justa” para a Ucrânia durante uma conversa com o homólogo russo. “O Presidente Erdogan sublinhou a necessidade de alcançar uma paz justa para evitar mais perdas de vidas e destruição”, informou o gabinete presidencial.
  • A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse que Moscovo aprecia a proposta de paz apresentada pela China para resolver o conflito na Ucrânia. Zakharova alertou, contudo, que é necessário reconhecer as “novas realidades territoriais”, referindo-se à anexação de quatro regiões ucranianas em setembro do ano passado.
  • O G7 prometeu “consequências severas” para os países e entidades que que estejam a apoiar o esforço de guerra da Federação Russa. No comunicado divulgado esta sexta-feira o G7 reafirmou o apoio “inabalável” à Ucrânia e comprometeu-se a garantir que a Rússia vai pagar pela reconstrução a longo prazo do país.
  • O Palácio de Belém, em Lisboa, esteve iluminado com as cores da bandeira da Ucrânia, azul e amarelo, para assinalar a passagem do primeiro ano da invasão russa. Por Portugal a população aderiu à “jornada mundial de apoio à Ucrânia”, com 15.000 pessoas nas ruas de 11 cidades em apoio a Kiev.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que tem planos para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping. O chefe de Estatado avançou a informação durante uma conferência de imprensa sobre o último ano da guerra, mas não adiantou uma data para o encontro.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O Governo alemão anunciou o envio para a Ucrânia de quatro tanques pesados Leopard 2 A6, o que eleva para 18 o número destes carros de combate para as autoridades de Kiev, em parceria com Suécia e Portugal. Também o Canadá se comprometeu esta sexta-feira a fornecer quatro tanques deste modelo.
  • O Presidente da República reafirmou o apoio de Portugal à Ucrânia, que assinala esta sexta-feira um ano desde o início da invasão. “Estamos ao lado do povo ucraniano sem hesitações, sem dúvidas, sem manchas”, afirmou numa mensagem de vídeo enviada à CNN. O primeiro-ministro António Costa deixou uma mensagem semelhante, admitindo que este é um ano em que todos temos de estar juntos e continuar juntos no apoio à Ucrânia”.
  • Durante o Conselho de Segurança da ONU o secretário-geral destacou as grandes dificuldades vividas pelos ucranianos: “A vida é um inferno para as pessoas da Ucrânia”. “Disse na altura que devíamos dar uma oportunidade à paz, mas a paz não teve hipótese”, afirmou.
  • Durante a sessão na ONU, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu um minuto de silêncio em memória das “vítimas da agressão”. Enquanto os membros da assembleia se levantavam para prestar uma homenagem, com a exceção da delegação russa, o embaixador de Moscovo, Vasily Nebenzya, interrompeu e pediu “para honrar todas as vítimas do que aconteceu na Ucrânia, começando em 2014”.

  • Esta sexta-feira chegaram à Ucrânia os primeiros tanques Leopard 2 vindos da Polónia. O país mostrou-se disponível para aumentar o apoio a Kiev e garantiu estar preparado para treinar pilotos ucranianos em caças F-16, mas fez depender essa operação de um acordo no âmbito da coligação de aliados ucranianos.

  • A Presidente Maia Sandu afirmou que a Moldávia permanece solidária com “as pessoas corajosas da Ucrânia, que estão a lutar heroicamente pela liberdade e democracia perante a brutal agressão da Rússia”.
  • Uma sondagem realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev concluiu que 90% dos ucranianos acredita que é necessário realizar ataques contra o território russo.
  • A ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras, chegou esta sexta-feira a Kiev, onde sublinhou a importância de traçar objetivos realistas no que diz respeito ao apoio à Ucrânia. Apesar de o auxílio ter limites, Portugal consegue “ajudar de múltiplas” maneiras, garantiu.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Os Estados Unidos assinalaram o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia com o anúncio de um pacote de ajuda militar a Kiev de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros).
  • A Presidente da Comsisão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou durante uma visita à Estónia que a UE vai avançar com a aquisição conjunta de munições para fornecer a Kiev. Ao seu lado, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, garantiu que a Ucrânia não está sozinha no combate à invasão russa.
  • Depois de a China ter publicado uma proposta de 12 pontos para a paz entre Moscovo e Kiev, a Ucrânia aplaudiu o conteúdo, mas pediu mais. Já os Estados Unidos avançaram com várias críticas, garantindo que estão a observar “de perto” os movimentos de Pequim. Também a UE e NATO desvalorizam o plano da China, lembrando proximidade ao Kremlin.
  • O chanceler alemão, Olaf Scholz, assegurou nesta sexta-feira que o Presidente russo, Vladimir Putin, “não vai alcançar os seus objetivos imperialistas” na Ucrânia.