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As investigações por parte da Ucrânia sobre crimes de abuso sexual, que terão sido cometidos pelos militares russos, começaram já no ano passado e foram recentemente adiantados novos dados. De acordo com a agência Reuters, dois militares das tropas de Moscovo foram acusados dos crimes de abuso sexual de uma menor de quatro anos e de violação da sua mãe.
Estes crimes, segundo os documentos consultados pela Reuters, terão sido praticados na presença do pai da criança de quatro anos, que terá sido obrigado a assistir. E terão acontecido a 13 de março do ano passado, poucos dias depois do início da guerra na Ucrânia, em Brovary, uma cidade perto de Kiev, capital ucraniana.
Os investigadores ouviram testemunhas e vítimas destes crimes e concluíram que, no dia 13 de março, vários soldados russos, com uma elevada taxa de álcool, “invadiram o quintal da casa onde uma jovem família morava” — e que sobreviveu. Os registos mostram que o pai foi vítima de violência física, tendo sido atacado com um pote e obrigado a ajoelhar-se e a ver a sua mulher a ser vítima de violação.
A violência sexual foi utilizada desde o início da guerra, sempre com o objetivo de aterrorizar os moradores das cidades ucranianas. Aliás, os registos referentes a Brovary mostram que foram praticados crimes em quatro casas e existem seis suspeitos.
Em relação aos militares suspeitos da prática destes crimes, não é certo que se encontrem ainda em território ucraniano, ou mesmo vivos. Os investigadores dão, no entanto, como certo que estes soldados entraram ainda dentro de uma casa e agrediram um casal de idosos.
E as suspeitas não ficam por aqui: também são acusados do crime de violação de uma mulher grávida de 41 anos e de uma jovem de 17 anos.
A Procuradoria-Geral ucraniana diz que estão a ser investigados mais de 70 mil crimes de guerra, incluindo crimes de abuso sexual e violação. Aliás, a Amnistia Internacional, que tem documentado crimes de guerra, alertou na semana passada para os perigos que as mulheres correm em contexto de guerra: “Enfrentam um aumento de violência sexual e violência com base no género”.