A Eslováquia é o segundo país da NATO a decidir entregar aviões de combate à Ucrânia, depois de a Polónia ter anunciado na quinta-feira que iria enviar quatro caças. “Entregaremos 13 dos nossos MiG-29 à Ucrânia”, disse Eduard Heger numa conferência de imprensa em Bratislava, citado pela agência francesa AFP.

O chefe do Governo adiantou que a Eslováquia também entregará à Ucrânia o sistema de defesa antiaérea Kub, igualmente de origem soviética. Para Eduard Heger, as decisões esta sexta-feira aprovadas significam que Bratislava está “no lado certo da História”.

O ministro da Defesa eslovaco, Jaroslav Nad, salientou que a Eslováquia receberá 200 milhões de euros da União Europeia (UE) como compensação pelo envio dos MiG e armas não especificadas dos Estados Unidos no valor de 700 milhões de euros, acrescentou a AP.

Por seu turno, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, lamentou o envio dos caças MiG-29 por parte da Eslováquia e da Polónia para a Ucrânia. “É outro exemplo como um um número de países da NATO estão a aumentar o nível de envolvimento neste conflito.”

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“Mesmo com o fornecimento deste equipamento, isso não vai alterar o desfecho e o estado da operação militar especial”, garantiu Dmitry Peskov citado pela RIA, acrescentando que os caças poderão mesmo “gerar problemas adicionais à Ucrânia e ao povo ucraniano”.

O responsável da presidência russa assinalou que os caças serão “sem dúvida destruídos”. E também sinalizou que os MiG-29 são “equipamentos velhos e desnecessários”.

Depois de ter convencido os seus aliados ocidentais a fornecer-lhe tanques, a Ucrânia tem pedido repetidamente o envio de aviões de combate modernos, na esperança de obter F-16 norte-americanos.

Numa reação ao anúncio da Polónia na quinta-feira, o porta-voz da força aérea ucraniana, Yuriy Ignat, disse que os MiG da era soviética “não vão resolver os problemas” e insistiu que o país precisa dos F-16. “Mas os MiG vão ajudar a reforçar as nossas capacidades”, admitiu, citado pela AFP.

A Eslováquia imobilizou os seus MiG no verão devido à falta de peças sobressalentes e de conhecimentos para garantir a sua manutenção após o regresso dos técnicos russos a casa.