Pedro Porro chegou ao Tottenham no final de janeiro, reforçando os spurs a meio da temporada e deixando enfraquecido um Sporting que se tinha habituado a contar com a velocidade, a coragem e a qualidade do lateral espanhol. De lá para cá, os ingleses já foram eliminados da Liga dos Campeões, estão fora da zona de apuramento para a Champions e Antonio Conte já deixou o comando técnico. Mas nada disso parece afetar a aparente popularidade de Porro.

Apesar de ainda só ter feito sete jogos e um golo pelo Tottenham — e de até ter sido algo criticado pelas exibições, principalmente na estreia contra o Leicester –, o jogador de 23 anos é claramente apreciado e pretendido pela comunicação social. Depois de um longa entrevista ao The Guardian, onde fez manchetes por ainda desconhecer o discurso de autêntica irritação que Antonio Conte tinha tido numa conferência de imprensa na véspera, Porro voltou a falar e conversou agora com a Sky Sports.

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“Tem sido difícil. Claro que tem sido difícil, ainda para mais sendo um jogador novo na equipa e ver todas estas coisas a acontecer. Mas não posso fazer nada sobre isso, só podia concentrar-me em mim. Fui para a seleção e descobri que o treinador tinha saído. Claro que gostaria de ter trabalhado mais com ele. Mas agora é tempo de dar o nosso melhor para o Cristian [Stellini] e o Ryan [Mason]”, explicou o lateral, que foi convocado por Luis de la Fuente para o duplo compromisso de Espanha na qualificação para o Euro 2024 e foi titular na derrota contra a Escócia.

Num país novo, num campeonato novo e com uma língua nova, Pedro Porro está a ter aulas de inglês proporcionadas pelo Tottenham — ao mesmo tempo que vê séries da Netflix com legendas e sem serem dobradas em espanhol, algo pouco habitual em Espanha. O jogador garante que estava “calmo” no dia da estreia na Premier League, no tal jogo contra o Leicester que terminou numa goleada sofrida pelos spurs, e relativiza as críticas.

“Estava calmo, para dizer a verdade. Claro que fiquei f….. logo depois, porque era a minha estreia e as coisas não tinham corrido bem. Isso é normal. Se não tiveres a ambição de dar sempre o teu melhor, não vais ter nada. Contudo, honestamente, não fui muito duro comigo mesmo. Foi só um jogo e eu sei como é que funciona o futebol. Num dia podes cometer três grandes erros, no dia seguinte podes marcar dois golos e fazer uma assistência. As críticas? É parte do futebol. Vais ouvir coisas boas e também vais ouvir coisas de que não gostas, é natural. E claro que provar que as pessoas estão erradas pode ser uma motivação”, atirou o espanhol.

Porro recordou ainda os últimos dias no Sporting, sublinhando que cumpriu o último encontro pelos leões na final da Taça da Liga perdida para o FC Porto. “Sou um jogador com uma mentalidade muito forte. Joguei até ao meu último dia no Sporting, não sabia bem o que iria acontecer. Não queria desrespeitar o clube, é assim que funciono. Sou um tipo que gosta de fazer as coisas da maneira certa. Percebia a posição do Sporting, tal como percebia a posição do Tottenham. Não queriam perder um jogador em janeiro e ter de ir buscar outro. Mas isso era um problema entre os clubes. No fim, eu joguei bem e agora estou aqui, que é o que importa”, acrescentou, terminando com a ideia de que a confiança é o seu maior atributo.

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“Para mim, a confiança é tudo. Estou a adaptar-me melhor a cada dia que passa e, quando um jogador se sente bem, isso é visível dentro de campo. Contra o Nottingham Forest já deu para ver que eu estava a começar a adaptar-me. Depois marquei contra o Southampton e tive várias oportunidades antes de fazer o golo. Acho que estou a tornar-me gradualmente mais importante para o nosso ataque e isso é bom para mim”, concluiu.