O chefe do governo exilado do Tibete, Penpa Tsering, defendeu, esta quinta-feira, Dalai Lama, após a polémica aberta com um vídeo em que o líder espiritual tibetano pediu a uma criança para lhe “chupar a língua”. Em declarações aos jornalistas em Nova Deli, onde está a viver, citadas pela Reuters, o político descreve o comportamento de Dalai Lama como sendo “inocente”, “afetuoso” e “típico de um avô”.
Dalai Lama pede desculpa por pedir a menino para lhe “chupar a língua”
Para Penpa Tsering, as críticas dirigidas a Dalai Lama são injustas. “Foi rotulado injustamente com todos os tipos de insultos“, insurgiu-se o político exilado, acrescentando que isso “magoou os sentimentos dos fiéis e seguidores”.
Para além disso, Penpa Tsering considera que o comportamento de Dalai Lama foi mal interpretado e defendeu que o líder religioso cumpre uma vida de celibato e prática espiritual, que permitiram que Dalai Lama conseguisse chegar “além dos prazeres sensoriais”.
Na ótica de Penpa Tsering, poderá ter havido motivações políticas com a divulgação do vídeo. Sem especificar nem apresentar provas concretas, o líder exilado relacionou este episódio com a China que, de acordo com o político, poderá ter estado por detrás do facto de o vídeo se ter tornado viral. “O ângulo político deste incidente não pode ser ignorado.”
Por sua vez, o antecessor político de Penpa Tsering, Lobsang Sangay, reconheceu que — aos olhos do Ocidente — a atitude é “politicamente incorreta”. No entanto, ressalvou que um tibetano verá doutra forma o episódio.
Após este episódio, num comunicado, o líder tibetano pediu desculpa pela atitude, indicando que não passou de uma “brincadeira inocente”. “É frequente Sua Santidade provocar as pessoas que conhece, de uma forma brincalhona e inocente, mesmo quando está em público e diante de câmaras.”
Ainda assim, no mesmo documento, Dalai Lama mostrou-se arrependido e pediu desculpa “ao rapaz a à sua família, bem como a todos os seus amigos por todo o mundo”, lamentando a “dor que as suas palavras poderão ter causado”.
