O Opus Dei revelou que foram sinalizados cinco casos de abusos sexuais em estruturas portuguesas ligados à organização. De acordo com o Jornal de Notícias, os alegados abusadores já não estão nas instituições a que estavam ligados e não foi possível identificar um dos suspeitos.

A prelatura do Opus Dei pediu informações após ter sido divulgado o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica e tomou conhecimento de cinco denúncias visando elementos de instituições ligadas à organização: dois professores do Colégio Planalto, em Lisboa, um leigo, monitor de um centro de tempos livres, um médico e um padre que “não foi possível identificar”.

No seguimento da informação, segundo o JN, a direção do Colégio Planalto entrou em contacto com pais e encarregados de educação relativamente às denúncias e irá pedir aos antigos alunos que contactem os responsáveis em caso de terem sido vítimas ou terem conhecimento de casos de abuso.

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“Se todo o abuso sobre menores é gravíssimo, onde quer que se faça e por quem quer que o realize, mais grave é se for praticado por um cristão”, refere o Opus Dei em comunicado, frisando que se um cristão do Opus Dei cometesse esse crime teria de “responder perante a justiça e as autoridades civis, reparar os danos, pedir perdão às vítimas, implorar o perdão de Deus, fazer uma profunda e exigente conversão de vida, e ver em que medida esse comportamento afeta a sua pertença à Prelatura”.

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O comunicado refere que “um testemunho, que diz respeito a um clérigo, refere perguntas consideradas impróprias numa confissão, sentidas como intrusivas, nas instalações do Colégio Planalto, cerca do ano 2000, sem dados que permitam identificar o sacerdote”. Noutro caso, “a vítima reporta ter recebido numa ocasião toques impróprios por parte de um dos monitores durante uma atividade de tempos livres de uma das instituições para rapazes a que a Prelatura presta assistência pastoral, por volta de 1997” — este caso já era conhecido da instituição. Os restantes três casos “apontam situações ocorridas no âmbito da ação educativa do Colégio Planalto, estabelecimento da Cooperativa Fomento de Centros de Ensino, que tem uma parceria com a Prelatura para a assistência religiosa católica das suas escolas”.