Há cada vez mais bibliotecas britânicas a receberem pedidos para censurarem ou proibirem livros. Segundo um estudo feito pela associação de bibliotecários do Reino Unido (Cilip), pelo menos um terço destes estabelecimentos britânicos foi abordado nesse sentido por leitores.

O número aumentou “significativamente” nos últimos ano, disse o diretor da Cilip ao The Guardian. Os principais alvos são obras que abordam questões relacionadas com imperialismo, raça e direitos LGBTQI+. “Algum do debate público está a chegar às bibliotecas”, constatou Nick Poole, revelando ter conhecimento de bibliotecários que foram ameaçados por terem à venda nos seus estabelecimentos livros como descolonização.

“Parte do nosso trabalho passa por manter um stock que conta a história toda e por não ter medo de o fazer. Nenhum bibliotecário devia recear pelo seu bem-estar ou segurança por trabalharem para o público”, declarou o diretor da Cilip. Cerca de 82% dos inquiridos admitiu estar preocupado com o aumento deste tipo de pedidos.

Em resposta às conclusões do estudo, a associação de bibliotecários decidiu atualizar a diretriz sobre gestão de stocks, espaços, eventos e atividades para incluir sugestões sobre como lidar com estas abordagens. Será divulgada em maio.

O debate sobre que livros devem estar acessíveis aos mais novos tem ocupado o espaço público nos Estados Unidos da América. No Reino Unido, o tema tem sido abordado sobretudo da perspetiva da linguagem. Muito recentemente, a editora HarperCollins decidiu alterar os livros de Agatha Christie para responder às “sensibilidades modernas”.

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