O Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou esta quarta-feira que os 20 portugueses que pretendiam deixar o Sudão já estão fora do país. “Desde segunda-feira encontravam-se afastados das zonas de maior perigo, estando agora fora de território sudanês”, indicou o MNE num comunicado enviado às redações.

Permanecem no território sudanês apenas dois cidadãos portugueses, um na região sul do país, por opção própria; e outro em Porto Sudão, tendo optado por esperar pelo transporte da Organização das Nações Unidas (ONU), organização à qual pertence.

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“Os cidadãos nacionais que optaram por regressar a Portugal têm assegurada ajuda do Estado português para o respetivo transporte. Os restantes cidadãos que escolheram outros destinos estão igualmente em contacto permanente com as entidades consulares que têm acompanhado a par e passo todo este processo, desde o eclodir do conflito”, pode ler-se no comunicado.

A 15 de abril irromperam no Sudão violentos combates entre as Forças Armadas, apoiadas pelo governo sudanês, e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês). Desde então vários países iniciaram operações para retirar do país os seus cidadãos.

As autoridades da Alemanha anunciaram esta quarta-feira que já terminaram as suas operações, depois de organizarem a retirada de mais de 700 pessoas, incluindo cerca de 200 alemães. O Reino Unido prossegue as missões, tendo retirado pelo menos 301 pessoas, e garantiu que vai continuar pelo tempo que for necessário.

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Já a Nigéria arrancou esta quarta-feira as operações para retirar os cerca de 3.500 civis, a maior parte estudantes, que se encontram no Sudão, noticiou a agência France-Press. Já partiram de Cartum pelo menos sete autocarros em direção ao Egipto, segundo indicou o porta-voz dos serviços de emergência nigerianos.

A Cruz Vermelha já alertou que a situação no país é “catastrófica”. “É esperado que as necessidades humanitárias continuem a crescer nos próximos dias e semanas, incluindo nos países vizinhos enquanto as pessoas  fogem das suas casas em busca de segurança”, antecipou Sam Turner, responsável da organização para a região leste e sul de África.