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O apresentador russo Vladimir Solovyov é conhecido como um dos grandes propagandistas do Kremlin e do Presidente, Vladimir Putin, e já sugeriu queimar a capital dos Estados Unidos, uma das nações “nazis” que “tomaram a decisão de ir para a guerra com a Rússia”. Apesar das duras críticas que já lançou aos EUA, foi neste país que viu nascer, em 2017, duas das suas filhas, segundo revelou uma investigação do Anti-Corruption Foundation, liderado pelo opositor do Kremlin Alexei Navalny.
De acordo com documentos obtidos pela equipa de Navalny — atualmente detido numa prisão russa de alta segurança –, Solovyov viajou em 2016 para os EUA com a alegada amante, Svetlana Abrosimova, na altura grávida. A mulher, uma basquetebolista profissional, terá ficado no país até 2017, altura em que deu à luz duas meninas, registadas com o nome Vladimirovna, que significa “filha de Vladimir”.
Em 2017, Solovyov terá visitado por várias vezes a amante e as filhas, que acabaram por regressar à Rússia ainda no mesmo ano. Segundo a investigação do Anti-Corruption Foundation, depois disso Svetlana Abrosimova terá comprado uma mansão avaliada em 6,2 milhões de dólares na cidade resort de Sochi, no Mar Negro. Além dessa habitação, a mulher terá também um apartamento de luxo em Moscovo, cujos registos terão sido apagados do registo de proprietários estatal russo.
“Falámos com várias pessoas do círculo de Solovyov e tudo foi confirmado. (…) Ele tem realmente duas crianças [com Abrosimova] e visita com regularidade a casa em Sochi”, revelaram os investigadores, citados pelo jornal Ukrainska Pravda.
Solovyov, de 59 anos, é um dos principais apresentadores da televisão estatal russa e tem oito filhos de vários casamentos. Desde o início da invasão russa da Ucrânia tem sido um dos mais vocais apoiantes do regime, tendo já defendido em plena emissão televisiva que a Rússia devia usar armas nucleares estratégicas para queimar as capitais europeias “nazis”. Numa outra ocasião, que a Rússia não deveria parar na Ucrânia, mas seguir para libertar Lisboa.
Propagandista do Kremlin sugere na televisão estatal russa querer “libertar Lisboa”