Em Inglaterra, vai ser testada a lógica do rendimento básico universal – a atribuição de um cheque mensal para garantir a segurança económica, independentemente de se trabalhar ou não. A teoria deste rendimento foca-se na resposta às necessidades básicas.

O teste vai ser feito numa pequena escala, durante dois anos, com 30 pessoas e em dois locais – Jarrow, no nordeste do país, e East Finchley, no norte de Londres. Segundo o jornal britânico The Guardian, cada participante vai receber 1.600 libras mensais, 1.857 euros à conversão atual.

Will Stronge, diretor do thinktank Autonomy, entidade que está a apoiar este teste, destaca que o valor mensal a atribuir é “substancial”. “O rendimento básico universal geralmente dá para cobrir as necessidades básicas das pessoas, mas queremos ver qual é o efeito desta soma na saúde mental e física dos participantes, quer escolham trabalhar ou não.”

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Stronge explica ao Guardian que a sociedade “vai precisar de um rendimento básico universal nos próximos anos”, destacando fatores como “o tumulto das alterações climáticas, a disrupção tecnológica e a transição industrial que está à nossa frente”. Segundo este especialista, faz sentido fazer testes deste género para garantir “que o terreno está bem preparado para a implementação nacional”.

Neste teste-piloto, os resultados das 30 pessoas vão ser comparados com um grupo de controlo, que não vai ter acesso a este rendimento. Os participantes vão ser selecionados de forma aleatória, a partir de um grupo de voluntários, e 20% dos escolhidos serão pessoas portadoras de alguma deficiência.

Há neste momento testes do género em curso noutros pontos do mundo. No País de Gales, está em curso um teste para entregar 1.600 libras brutas – 1.280 libras líquidas (cerca de 1.486 euros) – a jovens com 18 anos que estejam a sair da alçada de instituições públicas. Só os jovens que tenham atingido a maioridade entre 1 de julho de 2022 e 30 de junho de 2023 ou que tenham estado ao cuidado das autoridades durante um total de 13 semanas, entre os 14 e 16 anos, é que são elegíveis para o teste.

Na Finlândia, o rendimento básico já foi testado há alguns anos, ainda que com valores muito mais baixos e apenas para desempregados. Foram atribuídos 560 euros mensais a duas mil pessoas para perceber se conseguiam aceder com mais facilidade a um trabalho. As conclusões de dois anos de teste foram reveladas em 2019 – não ajudou a arranjar trabalho, mas teve um efeito positivo na saúde e nos níveis de stress dos participantes.

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