É uma principais propagandistas do Kremlin e é editora-chefe do principal canal de televisão russo, o Russia Today (RT). Num programa de TV transmitido nos últimos dias, Margarita Simonyan apelou, surpreendentemente, ao fim da guerra. E deixou uma questão no ar: “Precisamos mesmo de territórios com pessoas que não querem viver connosco?”

Citada pelo jornal independente Meduza, Margarita Simonyan lembrou que as Forças Armadas da Ucrânia “vão receber mísseis de longo alcance e caças”. “Vão infligir danos nos nossos territórios. Região de Belgorod, eles vão mais longe do que isso. A região de Voronezh não é longe, Rostov, Kradnodar.”

[Já saiu: pode ouvir aqui o terceiro episódio da série em podcast “Piratinha do Ar”. É a história do adolescente de 16 anos que em 1980 desviou um avião da TAP. E aqui tem o primeiro e o segundo episódios]

“Qual será a linha vermelha para nós?”, questionou no programa de televisão. Margarita Simonyan salientou também que não será “fácil” para a Rússia responder às ofensivas ucranianas, apoiadas pelo Ocidente.

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Recordado o plano “maravilhoso” da Indonésia, a propagandista do Kremlin disse que seria “incrível” se se “parasse com o derrame de sangue”. “Fiquem onde todos estão, congelem e vamos continuar a fazer referendos, como o sugerido pela Indonésia. Referendos em todos os territórios.”

“E aí, as pessoas quiserem, o território fica connosco. É justo”, prosseguiu a propagandista, questionando: “Precisamos de territórios com pessoas que não querem viver connosco? Não tenho a certeza sobre isso. E por alguma razão parece que o Presidente também não precisa”.

As palavras de Margarita Simonyan, de acordo com o jornal independente Meduza, já estão a gerar reações e estão a ser criticadas nas redes sociais por bloggers a favor do conflito.