Nos anos que antecederam a morte de George Floyd, a polícia de Minneapolis tinha um “padrão de discriminação contra negros e nativos americanos” e recorria, de forma rotineira, “à força excessiva”. As conclusões estão presentes num relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, divulgado esta sexta-feira após uma investigação de mais de dois anos.
De acordo com o The Washington Post, a investigação concluiu que, durante anos, as autoridades dessa cidade norte-americana recorreram a “técnicas e [utilizaram] armas perigosas” contra pessoas que “cometeram, no máximo, um pequeno delito e, às vezes, nenhum crime”. Revela-se também que os bairros eram patrulhados de forma “diferente, com base na sua composição racial”, e que pessoas com “deficiências comportamentais” eram discriminadas.
Os agentes de Minneapolis “discriminavam com base na raça ao revistar, algemavam e usavam a força contra as pessoas durante paradas”. Além disso, alegadamente, puniam moradores que criticavam a polícia.
Ao anunciar os resultados da investigação, o procurador-geral norte-americano Merrick Garland afirmou, segundo a BBC, que a conduta descoberta é “profundamente perturbadora e corrói a confiança da comunidade na aplicação da lei”. E descreveu a morte de George Floyd como uma tragédia possibilitada por problemas existentes no departamento policial de Minneapolis: “Os padrões e práticas que observámos tornaram possível o que aconteceu com George Floyd.”
George Floyd devia estar vivo hoje”, afirmou, acrescentando que o seu assassinato teve um “impacto irrevogável em Minneapolis, no país e no mundo”.
A divulgação das conclusões da investigação chega mais de três anos após a morte de George Floyd. Em maio de 2020, Derek Chauvin, à época agente policial de Minneapolis, imobilizou Floyd no chão de uma rua da cidade norte-americana por suspeitas deste ter passado uma nota falsa de 20 dólares. Manteve um joelho sobre o seu pescoço durante nove minutos e meio, ignorando-o quando dizia que não conseguia respirar. O ex-polícia foi condenado a 21 anos de prisão. Outros três homens, que na altura também eram agentes policiais e que estavam presentes no local, foram considerados culpados por violação dos direitos civis do afro-americano de 46 anos.
George Floyd. Três ex-polícias condenados por violar direitos