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A tensão já vinha a acumular-se ao longo dos últimos meses e em menos de 24 horas o copo transbordou.  Depois de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, declarar uma insurreição mercenária contra a Defesa russa, o grupo paramilitar ultrapassou na noite de sexta-feira a fronteira e tomou Rostov-on-Don, seguindo pela M4, autoestrada que faz a ligação a Moscovo.

Pelo caminho, foram surgindo os relatos da tomada de infraestruturas e da obtenção do controlo de mais cidades, cada vez mais próximas do destino final: depois de Rostov-on-Don, seguiram-se Voronej e Lipetsk, a primeira a 550 e a segunda a 290 quilómetros da capital russa.

O exército russo foi-se preparando para a possível chegada dos combatentes do Wagner: foram colocados tanques a ocuparem as estradas e os acessos no caminho de Moscovo foram cortados, de modo a atrasar e aumentar a dificuldade no acesso à capital russa. Houve ainda relatos de metralhadoras nas barreiras de defesa, assim como a criação de trincheiras. Também chegaram soldados chenenos para apoiar os militares russos.

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Durante as horas de rebelião, a a população tentou fugir para um local seguro, como mostram imagens partilhadas pela agência de notícias bielorrussa Nexta. Os voos diretos de Moscovo para destinos como Tbilisi, Astana e Istambul esgotaram. E os países mais próximos também reagiram — a Letónia, por exemplo, fechou a fronteira com a Rússia.

Após o anúncio do fim da rebelião, Prigozhin e os mercenários do grupo Wagner abandonaram o quartel-general de Rostov. E foi ainda confirmado pelo Kremlin que Prigozhin deverá deslocar-se agora para a Bielorrússia.

A situação de tensão que se vinha a criar entre o grupo Wagner e Moscovo explodiu depois de, alegadamente, a Defesa russa ter atacado os combatentes da organização paramilitar. Como gesto de retaliação, Prigozhin declarou uma insurreição militar. Antes, no mesmo dia, o líder do grupo Wagner acusou o ministro da Defesa e o Chefe do Estado Maior russos de mentirem à população e aos soldados — tanto em relação às motivações da guerra na Ucrânia, como sobre o estado dos combatentes na linha da frente

Na fotogaleria acima, reunimos as principais imagens das últimas da rebelião na Rússia.