Os britânicos da Aston Martin não parecem brincar em serviço e, numa fase em que estão a preparar os seus primeiros modelos eléctricos, anunciaram um acordo de longa duração com os norte-americanos da Lucid, um construtor muito jovem, mas reconhecidamente competente. Basta ver que o seu Lucid Air é uma das berlinas mais potentes do mercado, oferecendo ainda a maior autonomia, dois trunfos que só são possíveis se o fabricante controlar ambas as tecnologias.
A Aston Martin, que produz uns coupés deslumbrantes (além dos SUV) em matéria de luxo, mas também de potência e de performance, iniciou recentemente as entregas a clientes do seu hiperdesportivo Valkyrie, um monstro com 1176 cv que pretende ser mais rápido em pista do que os melhores Ferrari, Lamborghini e até Bugatti. E prevê arrancar em breve com as entregas do Valhalla, um modelo similar, mas com “apenas” 950 cv e produzido em maior quantidade para ser mais acessível. Mas o construtor inglês começa a ser pressionado pelos clientes para oferecer uma gama de modelos eléctricos a bateria com a mesma nobreza mecânica, sendo exactamente aqui que entra a Lucid.
O anúncio da colaboração da Aston Martin com a Lucid foi acolhido com alguma surpresa pelo mercado, mas se os norte-americanos retiram da anunciada associação vantagens financeiras, os ingleses vão tirar partido do know-how, passando instantaneamente a figurar entre os melhores na tecnologia eléctrica a bateria. A Aston Martin afirmou que pretende “criar os mais desejáveis e emocionantes veículos eléctricos desportivos do mercado”, para o que vai investir 2,5 mil milhões de euros em avançadas tecnologias nos próximos cinco anos, dos quais cerca de 450 milhões correspondem ao pagamento dos serviços prestados pela Lucid.
O primeiro modelo eléctrico da Aston Martin está agendado para 2025, não abundando por isso tempo para desenvolver e produzir os necessários motores eléctricos, células de bateria, plataformas e sistemas de carga rápida, sendo estes últimos uma especialidade da Lucid, que é o único construtor do mercado a possuir sistemas eléctricos a 900V.
