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A dois dias do dia 500, a guerra viveu mais um dia sangrento. Em Lviv, na Ucrânia, um míssil russo atingiu um prédio residencial, num ataque que matou 6 pessoas e feriu mais de 30 (incluindo uma criança). No rescaldo, o chefe de gabinete do Presidente ucraniano falou em “outra tragédia e mais um ato terrorista”, e o próprio Volodymyr Zelensky prometeu “consequências” e uma “resposta tangível”.
Num outro tema que marca o dia, o Presidente da Bielorrússia revelou que Yevgeny Prigozhin regressou à Rússia e já não se encontra no país. O líder do grupo Wagner que, há apenas duas semanas, levou a cabo uma insurreição contra o Ministério da Defesa e marchou em direção a Moscovo, acabando por desistir pouco depois, está em São Petersburgo, de acordo com Alexandr Lukashenko.
O presidente bielorrusso garantiu ainda que o líder do grupo Wagner está “absolutamente livre” e que não está em risco, dizendo ter a certeza de que este não será morto pelo Kremlin. “Se acham que Putin é malicioso ou vingativo e que ele [Prigozhin] será morto amanhã… não, isso não vai acontecer”, rematou Lukashenko.
Zelensky entende “dificuldades”, mas pede “sinais claros” na próxima cimeira da NATO
Eis um resumo dos outros acontecimentos que marcam esta quinta-feira na invasão da Ucrânia:
O que se passou durante a noite?
- Depois de ter estado na Bulgária durante a manhã, Zelensky visitou a Rep. Checa para uma reunião bilateral com o Presidente checo e outros responsáveis políticos de Praga;
- Ao lado do seu homólogo checo, o Presidente da Ucrânia disse que o país quer receber “sinais claros” e positivos quanto à adesão à NATO na cimeira da próxima semana em Vilnius, na Lituânia;
- Novas imagens de satélite da central nuclear de Zaporíjia revelam a aparente presença de vários objetos não identificados num dos reatores, suscitando preocupações dadas as denúncias feitas por Kiev de que a Rússia tinha colocado bombas em várias unidades da central;
- A Casa Branca demarcou-se hoje das notícias que davam conta de uma série de reuniões entre ex-especialistas do serviço de segurança dos EUA e figuras na Rússia, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, para explorar um potencial acordo de paz com a Ucrânia. “A administração Biden não sancionou essas discussões”, garantiu um porta-voz do Departamento de Estado;
- Um dos principais conselheiros do Presidente ucraniano teceu duras críticas à organização humanitária Human Rights Watch (HRW), que acusou de “impotência, cobardia e total imoralidade” por criticar o envio por parte dos EUA de bombas de fragmentação para a Ucrânia.
O que se passou durante a tarde?
- Os EUA deverão mesmo avançar com o envio de bombas de fragmentação para a Ucrânia, confirmando as notícias recentes que davam conta de que essa era uma opção que estava a ser ponderada pela Casa Branca;
Novo pacote de ajuda militar dos EUA à Ucrânia deverá incluir munições de fragmentação
- Um grupo de ex-especialistas do serviço de segurança dos Estados Unidos da América manteve conversações com algumas figuras importantes da Rússia, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, para explorar um potencial acordo de paz com a Ucrânia;
- Em Belgorod, um bombardeamento ucraniano matou uma pessoa segundo o governador da região, no lado russo da fronteira;
- O Ministério da Defesa russo revelou uma nova troca de prisioneiros com Kiev, na qual 45 prisioneiros de guerra russos foram libertados;
- O Kremlin admite que o jornalista detido do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, receba na prisão a visita do embaixador dos EUA em Moscovo, mas só se as autoridades russas também puderem visitar um prisioneiro russo que está no Ohio, nos EUA;
- O secretário-geral da NATO disse que a adesão da Suécia à aliança atlântica está “ao alcance” durante a próxima cimeira da organização em Vilnius, na Lituânia;
- Em entrevista ao canal de televisão norte-americano ABC News, O Presidente da Ucrânia disse que a contraofensiva continua a avançar, ainda que “não tão rápido” como seria desejável;
- Volodymyr Zelensky esteve hoje na Bulgária, onde acordou uma maior cooperação no setor da Defesa entre Kiev e Sofia. O parlamento búlgaro adotou uma declaração de apoio formal à candidatura da Ucrânia à NATO;
O que se passou durante a manhã?
- O Presidente bielorrusso diz que ainda é possível chegar a um acordo com a Ucrânia. “Devemos parar agora. Muitas coisas más foram feitas” admitiu Alexandr Lukashenko, acrescentando que depois do final da contraofensiva pode já não ser possível negociar com Kiev;
- A Bielorrússia tem alvos nucleares determinados para o caso de o país ser agredida pelo Ocidente, afirmou ainda Lukashenko;
- A ameaça na central de Zaporíjia está a diminuir, disse Kyrylo Budanov, chefe das secretas ucranianas;
- A contraofensiva ucraniana foi “atrasada” pelas defesas russas, afirmou Volodymyr Zelensky em entrevista à CNN, que se queixou de que gostaria de ter recebido o fornecimento de armas ocidentais “muito mais cedo”;
- As forças armadas ucranianas bombardearam a cidade de Oleshky e outras povoações na região de Kherson durante a noite, disparando 36 mísseis, de acordo com a agência estatal russa Tass;
- A mesma agência deu ainda conta de que o número total de vítimas mortais na sequência da destruição da barragem de Kakhovka subiu para os 53;
- Denis Pushilin, governador interino russo responsável pela zona ocupada de Donetsk, afirmou que as tropas russas avançaram 300 metros na direção de Vuhledar.
Pelo menos cinco mortos e 34 feridos no ataque russo contra Lviv