O ator e investigador José Mora Ramos, de 75 anos, morreu na terça-feira na ilha das Flores, nos Açores, onde residia, anunciaram esta quarta-feira as autoridades.

Fonte do comando local da Polícia Marítima de Santa Cruz das Flores, na ilha das Flores, disse à agência Lusa que o corpo de um homem, com cerca de 75 anos, que foi encontrado na terça-feira a flutuar junto à gruta do Galo, foi identificado como sendo o do ator José Mora Ramos.

Segundo um comunicado divulgado pela Autoridade Marítima Nacional (AMN), o alerta para a ocorrência foi dado pelas 17h15 locais (18h15 em Lisboa) de terça-feira.

O alerta, recebido através de uma embarcação que se encontrava nas proximidades, deu conta da existência “de uma embarcação virada e um corpo a flutuar junto à gruta do Galo”, revelou a AMN.

“À chegada ao local, constatou-se que se tratava do corpo de um homem, com cerca de 75 anos, tendo os elementos do comando local da Polícia Marítima de Santa Cruz das Flores recolhido o corpo e efetuado o transporte para o Cais das Poças”, lê-se numa nota publicada na página na Internet da AMN. Ainda de acordo com a AMN, o óbito foi declarado no local pelo delegado de saúde.

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José Mora Ramos nasceu em Lisboa e cresceu em Lourenço Marques (atual Maputo), tendo dividido a sua vida entre as duas cidades, residindo atualmente na ilha das Flores (Açores). Segundo o site sitiodolivro.pt, o falecido era “investigador científico na área da engenharia de barragens” e “autor ou coautor de mais de duzentos trabalhos técnico-científicos”.

Paralelamente, era “profissional de teatro, cinema e televisão, tendo colaborado de diversas formas (como ator, dramaturgista, encenador, cenógrafo, produtor ou autor) em cerca de setenta espetáculos de teatro e como ator em cerca de cinquenta filmes, séries televisivas e novelas”, acrescenta.

Como intérprete, de acordo com o site www.cinept.ubi.pt, José Mora Ramos participou em “O Mistério da Boca do Inferno” (1989), “Sem Saída”, “Malvadez”, “O Fosso e o Pêndulo”, “Um Passo, Outro Passo e Depois…” (1990), “Coitado do Jorge” (1993), “Adão e Eva” (1995), “Corte de Cabelo” (1996), “Le Bassin de J.W.” (1997), “Longe da Vista” (1998), “As Bodas de Deus”, “…Quando Troveja”, “Inferno” (1999), “Facas e Anjos” (2000), “Os Imortais” (2003), “Vai e Vem” (2003) e “Peregrinação” (2017), tendo trabalhado com realizadores como João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Joaquim Sapinho, Joaquim Leitão, Manuel Mozos, entre outros. Entrou também em produções televisivas como “Mar Salgado”, “Amar De mais”, “Lusitana Paixão”, “Major Alvega”.

No teatro, iniciou a atividade em 1966, no Teatro dos Estudantes Universitários de Moçambique, de acordo com o Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Entre 1976 e 1984 colaborou como ator e dramaturgista com o antigo Grupo de Campolide e, de 1985 a 1989, colaborou com o Teatro da Rainha, das Caldas da Rainha, que tem no ator, encenador e tradutor Fernando Mora Ramos um dos seus fundadores.