A Suécia elevou o alerta para terrorismo do nível três para quatro numa escala de cinco, anunciou nesta quinta-feira o Serviço de Segurança Sueco (Säpo), após fortes reações no estrangeiro à profanação de cópias do Corão em território sueco.

“Decidi hoje elevar o nível da ameaça terrorista de um nível elevado (3) para um nível crítico (4)”, disse a responsável pelos serviços de informação da Suécia, Charlotte von Essen, numa conferência de imprensa. “Constatamos que a situação em relação à ameaça de um ataque contra a Suécia piorou e que esta ameaça vai persistir por muito tempo“, afirmou a responsável do Säpo.

A decisão não se concentra num facto “único”, sublinhou Von Essen, mas numa estimativa “estratégica e de longo prazo”, na qual a Suécia passou de alvo “legítimo” a “prioritário” para o terrorismo.

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“Na nossa estimativa para 2023, descobrimos que as ofensas contra o Islão podem influenciar a ameaça terrorista”, declarou o chefe do Centro de Análise de Ameaças Terroristas, Ahn-Za Hagström, na mesma conferência de imprensa.

O Serviço de Segurança sueco também referiu que o alerta também foi elevado devido ao agravamento da segurança relacionado à guerra na Ucrânia e à ameaça de grupos de extrema-direita.

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A profanação e a queima de cópias do Corão ocorridas recentemente na Suécia provocaram grandes manifestações no Iémen ou no Iraque, onde a embaixada sueca foi incendiada e os funcionários repatriados temporariamente.

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Vários governos de países de maioria muçulmana alertaram que permitir estes atos de profanação podem ter consequências nas relações diplomáticas.

As autoridades suecas também confirmaram, na semana passada, uma tentativa frustrada de ataque à sua embaixada no Líbano, quando um desconhecido jogou um objeto semelhante a um cocktail molotov contra a entrada da missão, mas ninguém ficou ferido.

Tanto o governo da Suécia quanto o da Dinamarca, em que também houve recentemente a profanação e queima do livro sagrado muçulmano, anunciaram há semanas que estudam a possibilidade de limitar estes atos ou proibir que sejam realizados diante de embaixadas estrangeiras, proposta que recebeu críticas da oposição política em ambos os países.

A Dinamarca e a Suécia reforçaram os controlos de fronteira este mês por considerarem que há uma ameaça terrorista crescente.