A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou esta quarta-feira que não permitirá que “a Itália se torne o campo de refugiados da Europa”, rejeitando críticas ao acordo com a Tunísia para travar a partida de barcos de migrantes.

Meloni, que está em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, sublinhou que o aumento das chegadas de barcos de migrantes à ilha de Lampedusa colocou a Itália sob “pressão insustentável”.

Nos últimos dias, a ilha italiana recebeu cerca de 10 mil migrantes irregulares, que partiram das costas africanas e atravessaram a rota oriental do Mediterrâneo para entrar na Europa.

A Tunísia, que em conjunto com a Líbia, constitui um dos principais pontos de partida de migrantes irregulares para a Europa na rota oriental do Mediterrâneo, assinou, em julho, um memorando de entendimento que abrange temas que visa sobretudo combater o tráfico de migrantes em troca da canalização de grandes somas de dinheiro para o país.

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A primeira-ministra italiana, que foi fundamental para a concretização do acordo, rejeitou esta quarta-feira as críticas ao memorando, defendendo ser essencial que o acordo seja mantido. “É um modelo para usar também com outras nações”, considerou.

Giorgia Meloni criticou ainda a cooperação de outros Estados-membros da União Europeia, admitindo que houve “grande atenção e consciência” sobre a situação dos migrantes, mas sublinhando que é preciso “ver quando e em que medida a solidariedade tomará a forma de atos concretos”.

A onda de chegadas de barcos de migrantes que colocou a pequena ilha italiana de Lampedusa no centro das atenções internacionais continuou esta quarta-feira inabalável.

Nove grupos de migrantes num total de 242 pessoas desembarcaram esta quarta-feira de manhã, depois de 23 barcos terem levado, na terça-feira, 896 migrantes para a ilha do sul de Itália.