Autoridades polacas e norte-americanas assinaram esta quarta-feira um acordo para a construção da primeira central nuclear da Polónia, como parte do esforço de Varsóvia para se afastar dos combustíveis fósseis poluentes.

O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, considerou o acordo para a construção da central nas instalações de Lubiatowo-Kopalino, na região da Pomerânia, perto do Mar Báltico, o início de um novo capítulo para a Polónia, e descreveu o nuclear como uma fonte de energia estável e limpa.

“A única fonte de energia limpa, estável, tecnologicamente comprovada e verificada em termos de segurança é a energia nuclear, que hoje tem o seu grande dia”, disse na cerimónia de assinatura do entendimento.

No ano passado, o Governo de Morawiecki anunciou que tinha escolhido os Estados unidos como parceiro para o projeto. Um consórcio formado pela Westinghouse e pela Bechtel assinou o acordo com a empresa pública polaca que supervisiona o programa nuclear, Polskie Elektrownie Jadrowe (PEJ).

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O local planeado fica a cerca de 280 quilómetros da fronteira com a Alemanha, que fechou os seus últimos reatores nucleares em abril. No ano passado, os quatro estados alemães mais próximos da Polónia afirmaram que se opunham ao plano polaco.

Na Polónia, a oposição ao programa nuclear não é elevada. Embora alguns ambientalistas se oponham, até o Partido Verde está dividido sobre o assunto. Isto é um reflexo de como a devastação das alterações climáticas persuadiu alguns ambientalistas de todo o mundo a abraçar a energia nuclear como solução, porque não envolve a queima de combustíveis fósseis.

A Polónia prevê gastar 40 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros) para construir duas centrais nucleares com três reatores cada, o último a ser lançado em 2043.

O acordo com os Estados Unidos é válido para os três primeiros reatores da central da Pomerânia, que, segundo as autoridades, deverá começar a produzir eletricidade em 2033.

A Polónia estuda há décadas construir uma central nuclear para substituir as suas antigas unidades alimentadas a carvão num dos países da Europa com mais poluição atmosférica.

A invasão da Ucrânia pela Rússia e a sua utilização de energia para exercer pressão económica e política sobre as nações europeias aumentaram a urgência da procura da Polónia por fontes de energia alternativas.