É mais um protesto dos ativistas do Climáximo que procuram chamar a atenção para a emergência climática. Esta quinta-feira, durante a passagem da tempestade Aline, o grupo interrompeu o trânsito na Rua da Escola Politécnica, em frente ao Museu de História Natural e da Ciência, em Lisboa. As exigências são as habituais: que “as instituições encarem a verdade e ajam de acordo com a emergência climática”, lê-se no comunicado enviado à imprensa.

No local, os ativistas que impediram o trânsito seguravam uma faixa onde se podia ler: “Estão a destruir tudo o que tu amas”.

“Há milhões de mortes declaradas pela crise climática, e têm culpados. Os governos e empresas emissoras estão neste momento a matar milhares de pessoas, a despejar dezenas de milhões, a queimá-las vivas, a afogá-las. Estas mortes foram conscientes. Isto é guerra. Temos o dever de resistir, e as instituições de dizer a verdade”, defendeu a agrónoma Leonor Canadas, porta-voz do movimento e que esteve presente no local.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“É necessário dizer a verdade às pessoas para que possamos tomar decisões informadas e honestas para travar o colapso climático”, acrescentou.

O Climáximo informou ainda, numa atualização posterior, que os três jovens que participaram na ação desta manhã foram detidos pela PSP e levados para a esquadra do Rato. Segundo o coletivo, vão ser presentes a tribunal ainda esta quinta-feira, “acusados de crime contra a paz pública”.

Citada num novo comunicado enviado às redações, Leonor Canadas questionou a origem das acusações: “Não vivemos em paz social. Há muito que o governo e grandes empresas emissoras sabem da destruição da crise climática, e continuam a subsidiar todos os dias infraestruturas que matam. Já não vivemos em paz, porque eles declararam guerra contra as pessoas e o planeta. Temos precisamente de quebrar a falsa sensação de paz para agir”, afirmou.

“Isto é atirar gasolina para uma casa em chamas.” Jovens do Climáximo colam-se a avião que fazia ligação Lisboa-Porto

Ao longo do último mês, o Climáximo tem realizado múltiplas ações de protesto em Lisboa. Na semana passada, cinco manifestantes do coletivo paralisaram a Avenida 24 de julho durante cerca de meia hora e, numa outra ação, outros dois membros lançaram tinta vermelha sobre um quadro de Picasso, exposto no Centro Cultural de Belém. Já nesta quarta-feira, dois jovens do grupo colaram-se a uma avião que fazia a ligação Lisboa- Porto, num protesto contra os voos de curta duração que dizem ser “inúteis” e “desnecessários”.