Frederico Pinheiro, antigo adjunto do Ministério das Infraestruturas, avançou com uma queixa-crime contra António Costa e João Galamba pelo facto de o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas o terem acusado de roubo de um computador durante os acontecimentos na sede do ministério a 26 de abril. E a Procuradoria-Geral da República confirmou ao Observador a receção da queixa e a instauração de inquérito. Questionado em Bruxelas sobre a queixa, o primeiro-ministro recusou falar sobre o tema por estar fora do país.

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De acordo com o jornal Público, a queixa em causa deu entrada esta quarta-feira no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e Frederico Pinheiro justifica-a por considerar que as declarações dos governantes à comunicação social “configuram graves imputações de factos de génese criminal”.

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“Pelo facto de o sr. primeiro-ministro e o sr. ministro das Infra-Estruturas terem proferido graves juízos falsos que me visaram”, afirmou, em declarações ao mesmo jornal, sublinhando que foi vítima de uma “condenação pública” por parte de duas pessoas cuja “importância e nobreza das funções que desempenham exigiam de ambos uma atuação diversa daquela que adotaram”.

O ex-adjunto de Galamba acredita que as declarações contra si tiveram um “alcance desmesurado na opinião pública, que muito dificilmente poderá ser reparado” e que a sua identidade ficou “irremediavelmente associada à descrição e adjetivos” proferidos na altura. “Senti-me rebaixado, enxovalhado e humilhado. Sinto-me profundamente injustiçado. As declarações que fizeram retratam-me de forma vil, perversa e degradante”, resume Frederico Pinheiro.

Questionado sobre a queixa-crime levada a cabo pelo ex-adjunto, António Costa, que está em Bruxelas para participar no Conselho Europeu, usou o trunfo de que não fala de questões nacionais no estrangeiro: “Sobre temas da política nacional não tenciono falar.”

A apresentação da queixa-crime acontece na semana em que Frederico Pinheiro e Hugo Mendes lançaram um livro, intitulado “Patos Desalinhados”, que pretende passar “por dentro da viagem mais turbulenta da TAP” — embora sem referências a um dos episódios mais polémicos, o que Pinheiro protagonizou no Ministério das Infraestruturas. Descrevem o que passaram como um “pesadelo político” e “um período traumático”. Começaram por desejar que o assunto se “diluísse na memória coletiva” e agora decidiram não deixar esquecer: “Trocamos a postura defensiva pela reflexão aberta.”

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