O filho mais velho de Donald Trump, Donald Trump Jr, testemunhou na tarde desta quarta-feira no julgamento em que o ex-presidente dos EUA é acusado de fraude no estado de Nova Iorque. Distanciou-se do problema dizendo que tinha pouca relação com a preparação de documentos financeiros na empresa de imobiliário que um juiz considera fraudulento, segundo a Reuters.

Donald Trump é suspeito de ter inflacionado o valor das suas empresas e outros ativos de modo para enganar credores e seguradoras e garantir empréstimos bancários. Donald Trump Jr. testemunhou ao longo de uma hora e meia e disse que forneceu os fluxos financeiros que a empresa dava aos seus contabilistas, enquanto ele próprio e o irmão Eric estavam a supervisionar a Trump Organization, durante o mandato do pai na presidência dos Estado Unidos, entre 2017 e 2021.

Contudo o filho mais velho do ex-Presidente disse não ter estado diretamente envolvido na preparação dos comunicados da condição financeira das propriedades, assim como e outros bens da empresa, que a procuradora considera terem sido fraudulentamente inflacionados. “Podiam ter-me perguntado em qualquer dia quanto valia um negócio”, disse Donal Jr., citado pela agência de notícias. “Eu podia não saber que isso iria ser usado de forma agregada para os comunicados de condição financeira.”

Donald Jr., que é vice-presidente executivo da Trump Organization e co-arguido no caso, é o primeiro dos filhos adultos de Trump a testemunhar e deverá continuar a esta quinta-feira, seguido por Eric e Ivanka Trump. A audição do ex-presidente dos EUA, e candidato republicano à nomeação para a eleição presidencial de 2024, está prevista para a próxima segunda-feira.

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O processo contra Donald Trump é movido pela procuradora-geral de Nova Iorque, a democrata Letitia James. A procuradora pede que Trump e os filhos sejam multados em cerca de 250 milhões de dólares e proibidos de fazer negócios em Nova Iorque. “A minha mensagem é simples: Por muito poderoso que alguém seja, por muito dinheiro que pense que tem, ninguém está acima da lei. E é minha responsabilidade, o meu dever e o meu trabalho aplicá-la”, disse a procuradora, no início do julgamento, há cerca de um mês.

Donald Trump já criticou Letitia James acusando a magistrada de ser “racista” e de ter motivações políticas. “É uma burla, é uma farsa”, disse o ex-presidente norte-americano, quando questionado sobre a acusação de que é alvo.

O juiz que conduz o processo já considerou Trump culpado de uma das acusações de que é alvo, ordenando que lhe fossem retiradas as licenças comerciais, escreve a Euronews.

Trump enfrenta outros três processos judiciais: um no estado da Geórgia e outro na capital federal Washington por ter tentado alterar o resultado da eleição presidencial de 2020; e outro relacionado com o facto de ter mantido na sua casa em Mar-a-Lago vários documentos classificados.