Começou por dizer que não a conhecia, depois disse ter mentido para esconder caso de infidelidade e a seguir disse que lhe perguntou “duas vezes se estava a gostar e ela disse que sim”. Após quase 11 meses desde a detenção do futebolista Dani Alves, acusado de violar sexualmente uma jovem de 23 anos numa discoteca em Barcelona, e de três testemunhos diferentes do próprio, foi divulgado um novo depoimento da alegada vítima, que não poupou detalhes na descrição da noite de 30 de dezembro de 2022.
O programa Vamos a ver, do canal espanhol Telecinco, analisou as declarações da jovem que recordou os acontecimentos, tendo começado por referir que foi o jogador, na altura casado com Joana Sanz, quem interagiu consigo em primeiro lugar.
“Ele estava atrás de mim e eu tinha o meu primo à minha frente. Depois, lembro-me que ele se virou e fez um gesto na minha direção, como se eu devesse ir ter com ele. Acabei por pensar simplesmente e sem mais nada: ‘Fala com ele e vê o que quer’. Em nenhum momento soube para onde estava a ir”, disse.
Após esta interação, segundo o mesmo relato, o internacional brasileiro levou-a para um local com que a jovem “nem imaginava”. “Chegámos lá e havia uma porta. Ele abriu-a e eu entrei. Foi aí que percebi onde me estava a meter”, garantiu.
“Vi que era uma casa de banho minúscula, que era tudo muito pequeno. Foi nesse momento que comecei a ficar em choque”, referiu. O que se seguiu, de acordo com a vítima, foram diversas tentativas por parte do jogador de ter relações sexuais com a jovem, tendo esta ripostado com demonstrações negativas. Mas isso não o terá impedido de levar a sua avante.
“Lembro-me de ele me levantar o vestido e de me fazer sentar em cima dele. De lhe dizer: ‘Não posso’. E de ele ter começado a dizer-me muitas coisas. Insistiu que eu tinha de lhe dizer que era a sua puta e, a partir desse momento, lembro-me de ter resistido”, recordou. “Tentou que lhe fizesse sexo oral. Comecei a afastar-me dele, até que me agarrou pelo pescoço e começou a dar-me chapadas“, acusou.
Este depoimento foi prestado 20 dias depois da queixosa ter feito a primeira denúncia, tendo o jogador sido detido a 20 de janeiro. Dani Alves podia ter aguardado pelo julgamento em liberdade, mas, por considerar que existia perigo de fuga, a justiça espanhola decretou prisão preventiva.
Dani Alves formalmente acusado de abuso sexual de uma jovem em Barcelona
A sentença do internacional brasileiro será conhecida nas próximas semanas, sendo esperado que o mesmo se dê como culpado, de forma a pagar uma indemnização à vítima — que sempre recusou esse direito, dizendo que quer se faça justiça —, e a evitar a pena de prisão de oito a dez anos.