O Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) anunciou esta quarta-feira que vai manter a greve nacional e às horas extraordinárias, justificando que os problemas dos enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) subsistem depois da demissão do primeiro-ministro.

Com ou sem demissão do primeiro-ministro e do Governo, com ou sem eleições legislativas (antecipadas), os problemas dos mais de 50.000 enfermeiros do SNS mantêm-se, pelo que, a greve nacional dos enfermeiros convocada pelo SNE para dia 20/11/2023 e a greve dos enfermeiros às horas extraordinárias (até às 00h00 de 25/11/2023) mantêm-se”, adiantou o SNE em comunicado.

Em 30 de outubro, o SNE iniciou uma greve às horas extraordinárias em Portugal continental até 25 de novembro, com a qual pretende que o Governo corrija a “estagnação salarial” dos profissionais.

Tudo faremos para corrigir injustiças e valorizar o papel dos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde”, afirmou o presidente da organização sindical, Emanuel Boieiro, citado no comunicado.

O SNE indicou também que vai continuar “a sua campanha nas redes sociais para denunciar as situações de injustiças, baixos salários, emigração, trabalho extraordinário, exaustão, desrespeito e discriminação salarial a que os enfermeiros estão sujeitos nestes últimos nove anos”.

No final de outubro, o sindicato dizia que “a presente luta dos trabalhadores enfermeiros” visava fazer com que o Governo corrigisse “as inversões remuneratórias decorrentes da legislação aprovada em 2022 sobre a contabilização dos anos de exercício profissional”.

A posição do SNE surge um dia depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado a sua demissão ao Presidente da República, aceite por Marcelo Rebelo de Sousa, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

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