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O Presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu esta quinta-feira “decência e respeito” aos países latino-americanos que criticaram a ofensiva israelita em Gaza, instando-os a dialogar com o Irão e pressionar pela libertação dos reféns israelitas.

Penso que os líderes da Venezuela, Colômbia, Bolívia, Chile e outros, que nos criticaram, deveriam mostrar alguma decência e respeito e fazer chegar a reivindicação dos reféns aos líderes mundiais, pressionando o Irão e os seus aliados, incluindo o [movimento islamita] Hamas”, disse Herzog na residência presidencial em Jerusalém.

O chefe de Estado enviou uma mensagem a “todos os países de língua espanhola, alguns com fortes laços com o Irão e a todos os seus aliados”, para que expressem a sua indignação pelo massacre do Hamas em Israel em 7 de outubro e apelem a Teerão pela libertação dos 239 reféns sequestrados em Gaza.

“É uma questão humana, não uma questão política”, sublinhou Herzog.

Questionado sobre a reação dos países da América Latina em geral, o Presidente sublinhou que existem aqueles que são “extremamente solidários” com Israel, embora se tenha queixado dos que interromperam (Bolívia) ou reduziram (Colômbia e Chile) as relações diplomáticas com o Estado judaico em protesto contra a sua ofensiva na Faixa de Gaza.

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Herzog afirmou que transmitiu a muitos líderes de países latino-americanos que “deviam olhar-se ao espelho e perceber que podem ser os próximos”.

A este respeito, o presidente israelita referiu-se à detenção, na semana passada, no Brasil, de uma célula alegadamente ligada ao grupo xiita libanês Hezbollah, e afirmou que “isto é apenas o início”.

Sabemos da presença do Irão na região, na América Latina, sabemos das suas alianças com alguns países. Lamentavelmente, ninguém ficará isento da máquina de terror destas organizações. Temos de lutar todos juntos”, acrescentou.

As declarações de Herzog surgem no 41.º dia da guerra entre Israel e as milícias palestinianas em Gaza, lideradas pelo movimento islamita Hamas, que gerou uma forte condenação internacional devido ao elevado número de mortos na Faixa de Gaza, que já ultrapassa os 11.500, segundo as autoridades de Gaza.

Nas últimas semanas, Israel já tinha criticado as posições da Bolívia, do Chile e da Colômbia sobre a guerra.

“Israel espera que a Colômbia e o Chile apoiem o direito de um país democrático de proteger os seus cidadãos e exijam a libertação imediata dos reféns”, e “não se alinhem com a Venezuela e o Irão no apoio ao terrorismo do Hamas”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita no início deste mês.

Em relação à Bolívia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros acusou o seu governo de “se render ao terrorismo e ao regime dos Aiatola no Irão” e argumentou que a sua decisão de cortar os laços diplomáticos com Israel representa um “alinhamento com a organização terrorista Hamas”.

O ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro deixou mais de 1.200 mortos e mais de 240 sequestrados.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com o corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Segundo as autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza já matou 11 mil pessoas.