Um comerciante foi ferido a tiro por desconhecidos que o tentaram raptar na segunda-feira, na cidade de Maputo, crime frustrado graças à intervenção da população, disse, esta terça-feira, à Lusa a polícia da capital moçambicana.

Quatro homens munidos com uma pistola e uma arma AKM tentaram raptar um comerciante ao princípio da noite de segunda-feira, na cidade de Maputo, e perante a resistência da vítima e a intervenção de populares, acabou baleado na perna”, disse Leonel Muchina, porta-voz da polícia na capital de Moçambique.

O rapto foi impedido por populares, que arremessaram pedras contra os autores do crime, tendo-se estes colocado em fuga, acrescentou Muchina. “O comerciante foi levado ao hospital”, avançou a policia, detalhando que a tentativa de rapto aconteceu momentos após o comerciante sair da sua loja de têxteis, em Maputo.

Na semana passada, seis pessoas foram detidas por alegada participação numa tentativa de rapto do empresário moçambicano Juneid Lalgy, no dia 8, disse, esta terça-feira, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

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O porta-voz do Sernic na província de Maputo, Henrique Mendes, disse, em conferência de imprensa, que os seis homens simularam um acidente de viação para abalroar a viatura de Lalgy e tentar raptar o empresário, no dia 8 de novembro.

Nessa perseguição, essa viatura [dos alegados autores da tentativa de rapto] foi embater contra um obstáculo fixo algures no bairro de Hanhane e a vítima conseguiu chegar em segurança” à sua empresa, disse Mendes.

Juneid Lalgy é dono de uma empresa de transporte, com uma considerável frota de camiões, e proprietário do clube de futebol Black Bulls.

No dia 17 deste mês, um empresário moçambicano ligado ao ramo automóvel foi raptado por homens desconhecidos na cidade de Maputo. No início deste mês, uma jovem luso-moçambicana, de 26 anos, foi raptada por três homens armados em Maputo, quando saía de casa, permanecendo em cativeiro até hoje.

Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente empresários ou seus familiares.

O primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, anunciou no parlamento, em maio último, que foram já selecionados os agentes que vão trabalhar numa unidade especial de combate aos raptos que afetam as principais cidades do país. De acordo com um balanço apresentado pelo chefe do Governo moçambicano na altura, desde 2021 foram registados em Moçambique 28 casos de rapto, dos quais “15 foram totalmente esclarecidos”.