O primeiro-ministro, António Costa, vai estar no domingo e na segunda-feira nos Balcãs Ocidentais para reforçar o compromisso de Portugal quanto ao processo de alargamento da União Europeia (UE), quando estes países aguardam há anos a adesão.
Fontes europeias indicaram que o ainda chefe do Governo português começa a visita na Albânia, chegando no domingo à capital, Tirana, onde se reunirá com o primeiro-ministro albanês, Edi Rama.
Na segunda-feira, António Costa, que está demissionário, desloca-se à capital da Macedónia do Norte, Skopje, onde irá encontrar-se com o primeiro-ministro macedónio, Dimitar Kovacevski, seguindo-se depois um almoço em Podgorica, no Montenegro, com o primeiro-ministro do país, Milojko Spajic.
A ideia é reforçar o compromisso de Portugal com estes países quanto ao alargamento, referiram as mesmas fontes.
Quanto aos Balcãs Ocidentais, surgem de momento críticas no bloco comunitário sobre “dois pesos e duas medidas” relativamente ao processo de alargamento da UE, já que apesar de a União ter vindo a desenvolver uma política de apoio à integração progressiva, estes países encontram-se há vários anos à espera de ‘entrar’.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro dos sete países dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, enquanto a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, o Montenegro, a Macedónia do Norte e a Sérvia têm oficialmente o estatuto de países candidatos.
Entretanto, foram iniciadas negociações e abertos capítulos de adesão com o Montenegro e a Sérvia, além de que as negociações com a Albânia e a Macedónia do Norte foram iniciadas em julho de 2022 e o Kosovo apresentou a sua candidatura à adesão em dezembro de 2022.
A visita de António Costa surge também a poucos dias de um decisivo Conselho Europeu, que se realiza em Bruxelas em meados de dezembro, no qual os líderes da UE vão discutir a abertura de negociações formais para adesão da Ucrânia e Moldova.
Porém, fontes europeias já avisaram que esse aval pode ser travado pela Hungria, que defende antes uma discussão estratégica sobre Kiev e tem objeções relacionadas com as minorias húngaras na Ucrânia e com a suspensão de fundos europeus por parte de Bruxelas.
Esse debate surge depois de a Comissão Europeia ter recomendado, em meados de novembro, que o Conselho avance dados os esforços feitos por Kiev para cumprir requisitos, embora impondo condições como o combate à corrupção.
Na altura, o executivo comunitário vincou que a Ucrânia tem de fazer progressos, que serão avaliados num relatório a publicar em março de 2024.
É essa data que os líderes da UE terão agora em conta, pelo que se admite que não haja um aval às negociações formais de adesão nesta cimeira de dezembro, mas antes noutra a realizar no primeiro trimestre do próximo ano, segundo fontes europeias.