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O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, continua em funções com “plenos poderes” e acumula a pasta das Finanças, por decisão do Presidente da República, que comunicou a dissolução do parlamento esta segunda-feira. O chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou, numa breve declaração aos jornalistas, à saída do Conselho de Ministros, que renovou a “confiança ao primeiro-ministro do Governo cessante até a formação do novo Governo”.

O Presidente indicou que informou o primeiro-ministro de que “tem plenos poderes para exercer as suas funções, que vai acumular com as do Ministro das Finanças e [do] secretário de Estado do Tesouro”. Geraldo Martins passa a assumir as pastas do ministro Suleimane Seidi e do secretário de Estado António Monteiro, que se encontram em prisão preventiva.

A prisão dos dois governantes foi decretada na quinta-feira pelo Ministério Público, no âmbito de um processo de pagamento do equivalente a cerca de nove milhões de euros a 11 empresas e desencadeou confrontos armados na madrugada e manhã de sexta-feira, entre a guarda da Presidência e a Guarda Nacional, depois desta ter ido buscar os governantes às celas da Polícia Judiciária.

Os acontecimentos foram considerados um golpe de Estado pelo Presidente da República, que decidiu dissolver o parlamento com a justificação de que este órgão defendeu os governantes suspeitos em vez dos interesses do Estado.  Sissoco Embaló anunciou agora que mantém em funções o primeiro-ministro Geraldo Martins, ressalvando: “renovar confiança não significa que o renomeei”.

Neste executivo de iniciativa presidencial, que estará em funções até novas eleições,  ainda sem data anunciada, o Presidente da República fica com as funções de ministro da Defesa e do Interior, com a tutela das Forças Armadas.  O chefe de Estado indicou ainda que a pasta dos Negócios Estrangeiros se mantém com o atual ministro Carlos Pinto Pereira.

Umaro Sissoco Embaló disse ainda que o primeiro-ministro é que irá ditar que tipo de Governo a Guiné-Bissau vai ter. A coligação PAI- Terra Ranka ganhou as legislativas de junho último, com maioria parlamentar e constituiu Governo. A coligação é liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), cujo presidente, Domingos Simões Pereira, é o lider do parlamento, estando o partido que apoia Sissoco Embaló, o Madem G15, na oposição.

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