A ativista iraniana Narges Mohammadi, atualmente detida no seu país, vai iniciar uma nova greve de fome no domingo, dia em que recebe o Prémio Nobel da Paz em Oslo, onde será representada pelos filhos, anunciou este sábado a família.

Mohammadi, que luta nomeadamente contra o uso obrigatório do hijab e a pena de morte no Irão, entrará em greve de fome “em solidariedade com a minoria religiosa” Baha’i, declararam o seu irmão e o marido numa conferência de imprensa na capital norueguesa, na véspera da cerimónia do Nobel.

A ativista, que sofreu um ataque cardíaco em 2022, cumpriu em novembro uma greve de fome contra a falta de cuidados médicos na prisão e o uso obrigatório do véu islâmico, depois de ter sido recusada a ir a um hospital para fazer uma consulta, porque se recusou a usar o hijab.

“Prefiro não ver os meus filhos e ser a voz dos oprimidos”. A luta de Narges Mohammadi pelos direitos humanos no Irão

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No mês anterior, o Comité Nobel norueguês atribuiu o prestigiado prémio a Mohammadi “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.

Atualmente a cumprir uma pena de 10 anos de prisão por “espalhar propaganda contra o Estado”, nos últimos anos tem entrado e saído de várias prisões iranianas.

A jornalista não vê os filhos, que estão em Paris, há oito anos e passou longos períodos em confinamento solitário. A ativista foi já detida 13 vezes, e condenada a cinco penas de 31 anos de prisão no total e 154 chicotadas.