Yotam Haim, Samer Fuad El-Talalka e Alon Shamriz. São os nomes dos três reféns israelitas mortos pelas Forças de Defesa de Israel após terem sido identificados erradamente como uma “ameaça”. A informação foi esta sexta-feira avançada pelo porta-voz do exército, Daniel Hagari, que disse que o incidente, que aconteceu em Gaza, na região de Shejaiya, já está a ser investigado.

Em comunicado, citado pelo The Times of Israel, o porta-voz reconheceu que as Forças de Defesa de Israel têm responsabilidade neste “trágico acidente” que ocorreu numa “área onde os soldados encontram vários terroristas, incluindo bombistas suicidas”. Após terem disparado, “surgiu imediatamente uma suspeita sobre a identidade dos mortos e os seus corpos foram rapidamente transferidos para serem examinados em Israel, onde foram identificados” como reféns do Hamas.

Questionado sobre a forma como os três terão escapado ao cativeiro do Hamas para estarem naquela região, Daniel Hagari disse que as Forças de Defesa de Israel acreditam que “fugiram ou foram abandonados pelos terroristas que os mantinham em cativeiro”. Neste momento, além da identidade, já se começam a conhecer algumas informações sobre estes reféns.

[Já saiu: pode ouvir aqui o sexto e último episódio da série em podcast “O Encantador de Ricos”, que conta a história de Pedro Caldeira e de como o maior corretor da Bolsa portuguesa seduziu a alta sociedade. Pode sempre ouvir aqui o quinto episódio e aqui o quarto, o terceiro aqui, o segundo aqui e o primeiro aqui]

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Yotam Haim tinha 28 anos e era músico, sendo descrito como “talentoso e fã dedicado de música metal, que idolatrava a banda Megadeth”. Tocava bateria há 20 anos e fazia parte de uma banda, a Persephore, com a qual estava previsto atuar num festival de música em Telavive a 7 de outubro, o dia em que começou o conflito. De acordo com a BBC, na manhã do ataque do Hamas, ligou à família e disse-lhes que a sua casa estava a arder; quando abriu uma janela foi raptado.

Três anos mais novo do que Yotam Haim, Samer Talalka trabalhava num aviário e era um “ávido motociclista que adorava andar de mota e passar tempo com os amigos”, revela um comunicado, citado pela Sky News, divulgado por um fórum que junta famílias de reféns e de desaparecidos (The Hostages and Missigin Families Forum, em inglês). Na manhã de 7 de outubro estava a trabalhar quando ligou à irmã para a informar que tinha sido ferido por “tiros dos terroristas”. Pouco depois, a “chamada foi desligada”.

O nome de Alon Shamriz foi o último a ser conhecido, uma vez que a família tinha pedido às Forças de Defesa de Israel para não o divulgarem, tendo depois mudado de ideias. “Fazia parte da equipa de basquetebol do Shaar Hanege”, segundo o fórum, e iria começar a estudar engenharia informática.

Após ser revelada a morte dos três jovens — que levou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a falar numa “tragédia insuportável” — centenas de pessoas saíram às ruas em Telavive, junto à base militar de Kirya, para gritar que “não há vitória até que todos os reféns sejam libertados” e alertar para o facto de o tempo daqueles que permanecem em cativeiro se estar a “esgotar”.