O co-porta-voz e deputado único do Livre, Rui Tavares, fez este sábado um balanço de um mandato de “várias conquistas” e antecipou uma campanha baseada na defesa do Estado democrático e do Estado social.

“Foi um mandato de várias conquistas”, disse Rui Tavares junto dos cabeças de lista do partido às eleições legislativas do próximo dia 10 de março, num encontro realizado na sede do partido, em Lisboa.

Para Rui Tavares, que nas legislativas de 2022 foi eleito através do círculo eleitoral de Lisboa, “há uma defesa a fazer” do Estado democrático e do Estado social, tendo assinalado que tal só será conseguido se o Livre tiver “uma atitude de proposta, de coragem e de futuro”.

“Defende-se o Estado social dizendo às pessoas como é que o Estado social vai fazer mais no setor público”, afirmou, destacando as áreas da educação e da saúde.

“Em 2024, a harmonia social e laboral com professores e todos os profissionais da educação, com todos os profissionais de saúde, tem de estar garantida com base no que podemos chamar de um contrato com o futuro”, defendeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Este contrato com o futuro foi um dos pontos repetidos pelo até agora deputado único do partido, que o encarou como “o grande objeto de desejo político”.

Com o Livre a assumir-se como um partido de esquerda, Rui Tavares insistiu que o seu papel é contrapor-se a uma esquerda “mais do passado, do que se fez e do que já está adquirido”, mas também “assumidamente pró-europeu” e de “defesa dos direitos humanos como a esquerda deve ser”, sem estar “preso às suas solidariedades partidárias”.

O político e historiador apontou ainda que os eleitores não devem ter “nenhum medo do voto útil, porque um voto no Livre é certamente um voto útil, no sentido em que ajuda a esquerda a ganhar e impede a extrema-direita e o extremismo liberal de estar no poder”.

Para alcançar uma solução que dê garantias de futuro e de estabilidade à esquerda, Rui Tavares mostrou abertura a negociações com outros partidos — negociações que poderão prolongar-se por vários meses, uma vez que, desta vez, não há a pressão de alcançar um Orçamento do Estado no imediato.

“Estamos disponíveis para assumir as responsabilidades que tivermos de assumir, algumas para que tenham uma apetência maior, que tenha a ver com os interesses que nós temos no ambiente, na ciência, no ensino superior, na área do trabalho e do futuro do trabalho, mas também tem que ver com a União Europeia”.