Cerca de meia centena de eventos compõem a programação da Universidade de Coimbra (UC) para as celebrações do cinquentenário da Revolução dos Cravos, que promete refletir sobre o antes e o pós-25 de Abril de 1974.
“Temos 50 iniciativas para dar o pontapé de saída para as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, mas o programa não está fechado. Outras iniciativas, que vão surgindo, irão incorporar o programa”, destacou esta segunda-feira o vice-reitor da UC para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta, Delfim Leão.
Durante a apresentação do programa, que decorreu no Centro de Documentação 25 de Abril, na Baixa da cidade de Coimbra, o vice-reitor da UC explicou que já se encontram a decorrer algumas iniciativas que visam celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos, embora o arranque formal só aconteça dentro de oito dias.
Debates, conferências, espetáculos e exposições compõem o leque de iniciativas culturais e científicas destinadas a comemorar meio século de democracia, sendo elas organizadas pela Universidade de Coimbra em parceria com a Associação Académica de Coimbra e a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, contando ainda com vários parceiros de unidades de extensão cultural e apoio à formação da UC.
Segundo a diretora da Imprensa da UC, Carlota Simões, está em curso uma exposição de livros proibidos durante o Estado Novo, que, numa primeira fase, circulará pelas escolas de Coimbra, e numa segunda fase, pela região Centro.
“50 Vezes Abril: Ainda há História para Contar?” é o título de outra exposição para os mais jovens, com uma seleção de 50 objetos que permitiram “criar uma narrativa que conta um pouco de história prévia do 25 de Abril e as transformações” que permitiu.
A Imprensa da UC pretende ainda assinalar os 50 anos do 25 de Abril com seis obras, que conduzem a seis conversas, entre as quais sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Do programa consta também “O Teatro está com o Povo, O Povo está com o Teatro IV – As Gentes de Abril”.
“Gentes de Abril” é um projeto de recolha de histórias pessoais na cidade de Coimbra, com foco nos dias de abril de 1974, no período do PREC (Processo Revolucionário em Curso) e na própria ligação ao Teatro Académico Gil Vicente (TAGV).
“Vamos ter assembleias populares, abertas à participação de todos, para falar da relação tensa entre a arte e o poder”, indicou o diretor do TAGV, Sílvio Santos.
O TAGV acolhe também uma exposição de discos em vinil de música da década de 70, com particular foco na música que fez parte da Revolução de Abril e na música de contestação, bem como uma mostra de cartazes que resultam de uma seleção feita nos arquivos do TAGV e do Centro de Documentação 25 de Abril.
Na conferência de imprensa de apresentação da programação realizada esta segunda-feira, a diretora do Centro de Documentação 25 de Abril, Cristina Freitas, evidenciou que apostaram nos conteúdos pedagógicos e educativos, com exposições itinerantes e com uma rota da itinerância.
“Vamos ter um dia aberto, com algumas intervenções e duas visitas guiadas por locais emblemáticos do 25 de Abril em Coimbra”, referiu.
Já o presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, Renato Daniel, aproveitou a ocasião para informar que, em parceria com a RTP, será criada uma pequena série intitulada “Aqui houve Resistência”, remetendo para mais tarde a apresentação de outras iniciativas a concretizar.