O Ministério Público (MP) abriu um inquérito à alteração, na Internet, dos contactos de várias esquadras da PSP para o número de telefone geral da PJ, após queixa apresentada pela Polícia Judiciária, disseram esta quarta-feira à Lusa fontes judiciais.

Entre segunda e terça-feira, os números de telefone de diversas esquadras da Polícia de Segurança Pública do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) foram alterados na Internet, passando a indicar o contacto geral da Polícia Judiciária, o que fez com que muitas das chamadas fossem atendidas na PJ.

Esta ação surge numa altura em que os polícias estão em protesto por melhores condições salariais e de trabalho, ações que tiveram início num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra o subsídio de risco atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária.

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A Procuradoria-Geral da República confirmou à Lusa a instauração de um inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. Este inquérito foi aberto após a PJ ter apresentado uma queixa ao Ministério Público, indicou à Lusa fonte policial.

Contactada pela Lusa, a Direção Nacional da PSP não quis comentar a queixa, nem a alteração dos contactos.

O Diário de Notícias noticiou esta quarta-feira que a PJ abriu um inquérito criminal para apurar a origem da troca dos números de telefone, estando o processo a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica e pode estar em causa o crime de falsificação informática.

Pelo terceiro dia consecutivo, os polícias da PSP voltam a concentrar-se em várias cidades do país em protesto, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP, bem como da GNR e da guarda prisional.

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O protesto foi também concretizado com a paragem de vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), alegando os polícias que estavam inoperacionais e com várias avarias.

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A contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

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Na sexta-feira, esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.

Os protestos dos polícias estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram, e desconhece-se quando vão terminar.