O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) esteve esta quinta-feira reunido com a tutela, tendo recebido a promessa da aprovação até março do sistema de avaliação e desempenho, mas nem uma palavra sobre o subsídio de missão.
Frederico Morais, dirigente do sindicato, que esta quinta-feira promoveu uma vigília junto à cadeia do Monsanto, em Lisboa, adiantou à agência Lusa que “não houve nada de novo” saído da reunião com o secretário de Estado Adjunto da Justiça, situação sobre a qual já “estavam à espera”.
Cerca de 70 guardas prisionais em protesto junto à prisão de Monsanto
O dirigente sindical referiu que receberam a promessa sobre “tentar aprovar” o sistema de avaliação e desempenho, mas que relativamente ao subsídio de missão equivalente ao aprovado para a Polícia Judiciária a resposta foi de que o Governo não poderia fazer nada na atual situação de gestão, deixando o dossiê para o Governo que resultar das legislativas de 10 de março.
O sindicato mantém marcada para 31 de janeiro uma greve nacional de 24 horas, cumprindo no mesmo dia, a partir das 14h00, uma vigília junto à prisão de Custoias, no Porto.
A greve de 31 de janeiro é em prol da valorização e dignificação da profissão, reestruturação de suplementos remuneratórios e aprovação do sistema de avaliação de desempenho, cuja promessa de “tentar aprovar” o regulamento foi esta quinta-feira dada.
Quanto aos suplementos remuneratórios, outras das reivindicações desta greve geral, Frederico Morais referiu que a guarda prisional se bate pela melhoria dos suplementos, questão que, explicou, envolve a questão da atribuição do subsídio de missão à PJ e que deixou de fora, não só a guarda prisional, mas também a PSP e a GNR.
Questionado sobre se faz sentido marcar uma greve para finais de janeiro quando se avizinham as eleições legislativas antecipadas em março, o dirigente sindical considerou que o Governo, apesar de demissionário, só não aprova os diplomas exigidos pela guarda prisional porque não quer.
E recordou que o Governo aprovou a atribuição do suplemento de missão para a PJ já depois de o primeiro-ministro apresentar a demissão.
Além do mais, disse, as reivindicações que ditaram esta greve servirão também para memória futura de novos governos que venham a sair das próximas eleições.
Há mais de duas semanas que polícias da PSP e militares da GNR têm realizado protestos em várias cidades do país contra o facto de o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que não tem o mesmo valor nas restantes forças de segurança.