O Ministério do Interior russo colocou esta sexta-feira na lista de procurados o escritor Boris Akunin, um dos escritores contemporâneos mais lidos na Rússia, cerca de um mês após ter sido incluído na lista oficial de “extremistas e terroristas”.
Na sequência da inclusão de Akunin na lista de “extremistas e terroristas” em dezembro último, as autoridades russas abriram um processo-crime contra o escritor por “desacreditar as forças armadas russas” e anunciaram que seria procurado, acrescentando esta sexta-feira os seus dados à lista de procurados.
Akunin, pseudónimo de Grigori Chjartishvili, vive no estrangeiro e ganhou fama com uma série de romances passados na segunda metade do século XIX e no início do século XX, em que Erast Fandorin, um detetive fictício único, se tornou uma personagem cativante para os leitores.
O seu primeiro romance, “Azazel”, foi publicado em 1998, e três outros livros com as aventuras de Fandorin foram lançados no mesmo ano.
Nas vésperas da guerra na Ucrânia, Akunin acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de ser um “ditador” com ambições pós-imperialistas, que levou o seu país a um estado de “semi-desintegração”.
“Moscovo considera que a Ucrânia e as outras antigas repúblicas soviéticas fazem parte da sua zona de influência e não quer que esta diminua. Toda a crise ucraniana, desde a tomada da Crimeia até ao financiamento da revolta no Donbass, é um castigo para a Ucrânia porque, em 2014, o novo governo decidiu virar-se do Leste para o Oeste”, afirmou o escritor, numa entrevista à EFE.