Apesar de todas as promessas e de ter ao seu lado a experiente Volvo sueca e a poderosa Geely chinesa, o que lhe garante ao acesso a técnicas de produção e estilo, por um lado, e a plataformas para eléctricos, motores, software e baterias, por outro, a Polestar atravessa um período difícil de que pode não recuperar. Depois de comercializar apenas 51.500 unidades em 2022, longe das 65.000 que eram o objectivo, voltou a repetir o mau desempenho em 2023. Dos 80.000 veículos previstos originalmente, transaccionou apenas 54.600, sendo que o 4.º trimestre foi o pior do ano. Daí que os analistas estejam a colocar em causa o seu futuro.
Baseada na análise de Daniel Roeska, da Bernstein, a Bloomberg antecipa que a Volvo e a Geely – em que a primeira é controlada integralmente pela segunda – necessitam de tornar pública a Polestar se querem que ela sobreviva. Afirmando que este fabricante de veículos eléctricos está à beira do colapso, a Bloomberg recorda que a Polestar é cotada em bolsa, no Nasdaq, mas a realidade é que 88% das acções são pertença (directa ou indirectamente, através da Volvo) da Geely, que detém igualmente 93% do poder de voto.
O CEO da Polestar, Thomas Ingenlath, argumenta que a companhia continua a evoluir rumo a uma maior sustentabilidade. “É do nosso interesse que a empresa não se mantenha eternamente dependente dos fundos dos accionistas”, reconhece Ingenlath. De recordar que a Polestar anunciou recentemente necessitar de uma injecção de 1,3 mil milhões de dólares para sobreviver até 2025, verba que virá sobretudo da Geely e, à sua dimensão, da Volvo.