Luís Montenegro voltou a falar sobre a investigação do Ministério Público à construção da sua casa em Espinho, em que estão em causa alegados benefícios fiscais. “É uma das tais circunstâncias em que decidimos se vale ou não vale a pena [continuar]”, disse o líder da Aliança Democrática, destacando o impacto “demolidor” para a sua família.

“Estamos a falar de um direito que qualquer pessoa tem a poder utilizar os rendimentos do seu trabalho para construir uma casa para si, para a sua família e para os seus amigos”, disse o líder da Aliança Democrática.

A investigação do MP foi conhecida no final de dezembro, não tem arguidos e começou com uma denúncia anónima. Em causa está a construção da casa de Espinho, cuja obra terá sido licenciada como reabilitação e não como nova construção, o que terá permitido a Luís Montenegro poupar cerca de 100 mil euros em impostos.

PGR abre inquérito à atribuição de benefícios fiscais à casa de Luís Montenegro em Espinho

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“O mediatismo que é dado faz com que as pessoas criem níveis de interpretação completamente desprovidos de fundamentos e, por isso, expõe-nos a nós e à nossa família de um ponto de vista demolidor. Estou muito tranquilo“, disse em entrevista ao programa Alta Definição, na SIC.

Questionado sobre se algum comportamento poderia suscitar algumas dúvidas no âmbito desta investigação, Montenegro sublinhou: “nenhuma”.

Durante a entrevista, o social-democrata falou ainda sobre a importância do voto, deixando claro que, “quanto menos pessoas participarem, menos pessoas vão decidir o futuro e, num universo mais limitado, às vezes, alguns fenómenos mais radicais acabam por ter maior valoração”.

E aproveitou ainda para deixar um recado sobre a imagem que os políticos passam: “O objetivo é que as pessoas saibam exatamente quem nós somos e não, muitas vezes, aquilo que as pessoas querem que nós sejamos. Essa forma de estar mais ou menos plastificada, mais ou menos estereotipada, aquelas pessoas que constroem uma imagem de si próprias, uma imagem pública diferente daquilo que são, mais tarde ou mais cedo, vai penalizá-las.”