A cabeça-de-lista do PS, Isabel Ferreira, instalou desde 2019 o gabinete da secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional em Bragança. Hernâni Dias, o candidato da Aliança Democrática, é autarca do concelho desde 2013. Os dois conhecem bem o território e por isso apontam caminhos totalmente opostos naquilo que devem ser as políticas para fomentar a economia da região.

A ainda secretária de Estado e candidata socialista assegura que ter instalado o gabinete em Bragança “é muito mais do que uma questão simbólica e só quem não conhece o território é que pode dizer que não teve impacto” mas Hernâni Dias discorda e, apesar de dizer que “algumas coisas foram positivas”, “não foi o que desejaríamos, de forma nenhuma” e que “muitos projetos que foram sendo comunicados como sendo interessantes para alavancar o território e que não aconteceram”, apontando a acessibilidade “física e digital”.

[Ouça aqui o debate promovido pela Rádio Observador]

Debate Bragança: interior, ferrovia e ligação aérea. O debate entre Isabel Ferreira (PS) e Hernâni Dias (AD)

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A cabeça de lista do PS recusa as criticas e garante que as políticas dos últimos anos criaram “mais de 32 mil postos de trabalho e apoios exclusivos para o interior e adaptados ao tecido empresarial”, devolvendo as acusações: “basta olhar para o programa da AD para ver a visão extraordinariamente redutora para a coesão”, acrescentando que “uma das medidas é redesenhar o programa, porque quando não existem medidas utiliza-se este tipo de proposta”.

Hernâni Dias recusa que a ideia da AD seja parar todos os projetos em curso mas diz que “algumas medidas tiveram impacto zero” e que por isso “é preciso redesenhar para terem efeito prático”. O cabeça de lista da coligação liderada pelo PSD critica “o PS querer controlar toda a economia a nível nacional” e quer uma “inversão desta orientação política” apostando na reforma fiscal anunciada por Luís Montenegro.

Acessibilidades continuam a ser uma questão e Pedro Nuno apontado como culpado

Também nas acessibilidades, os dois cabeças de lista trocam cartas sobre as responsabilidades pelo atraso. Isabel Ferreira reconhece que, na ferrovia, “há um atraso que é urgente recuperar” mas aponta a prioridade à ligação Porto-Vila Real-Bragança, deixando para segundo plano a ligação a Espanha. É essa opção estratégica que Hernâni Dias critica ao dizer que Bragança está “a regredir um século. O que estão a propor agora já existia no século XX”.

O candidato social democrata diz que a opositora “já aprendeu bem a lição dos líderes que estão sempre a colocar a responsabilidade nos outros” e atira a Pedro Nuno Santos que dizer ser “uma figura incompetente e impreparada” que “devia ter sido demitido mas em Portugal é líder do PS e candidato a primeiro-ministro”. Para Isabel Ferreira, é a AD que “ao propor medidas de redesenho de políticas” se prepara para “estar toda a legislatura a pensar“.