Rui Rocha não fecha completamente a porta a negociar com a AD a ida da Iniciativa Liberal para o Governo e diz mesmo que esse cenário teria de incluir a sua própria entrada no Executivo liderado por Luís Montenegro.
“Creio que não há alternativa se não o líder do partido que participaria estar presente [no governo]. Não faria sentido de outra maneira”, afirmou Rui Rocha esta noite em entrevista à CNN. Mas não quis indicar que pasta ministerial poderia assumir, por considerar que esse “não é o cenário mais provável”.
Tal como o Observador já tinha avançado esta quarta-feira, o líder da Iniciativa Liberal confirmou que o cenário que ganha mais força é o seu partido ficar apenas na Assembleia da República: “A nossa posição de base é dizer que estaremos no parlamento a apresentar as nossas propostas e a avaliar as dos outros partidos”.
Iniciativa Liberal prefere ficar fora de um governo de direita e avaliar caso a caso
Mas depois foi o próprio Rui Rocha a perguntar: “Exclui completamente o cenário de entendimento mais alargado, mais estrutural que seja necessário em função da estabilidade do país? Não excluo completamente”.
Frisando que é preciso esperar pelos resultados finais na próxima semana, que determinarão a atribuição dos mandatos de quatro deputados dos círculos da emigração, Rui Rocha diz que competirá depois ao líder do partido mais votado tomar a iniciativa de abordar a IL, caso entenda que o deve fazer.
Numa eventual negociação com a AD para integrar o governo, a base serão os dez desafios entregues por Rui Rocha a Luís Montenegro no debate televisivo.
Dos vários cenários, o líder da Iniciativa Liberal considerou que o menos provável é um acordo de incidência parlamentar com a AD sem a presença da IL no Governo.
Esta sexta-feira a Iniciativa Liberal é recebida pelo Presidente da República, a quem Rui Rocha assegurará que vai assumir uma posição de responsabilidade: “Não seremos uma oposição destrutiva”.
Apesar de não haver resultados fechados, Rui Rocha sublinhou que “as eleições mostram que o PS perdeu um terço da sua expressão eleitoral, os portugueses disseram: ‘Não queremos mais o PS no governo’”.