Esta quinta-feira foi dia de novas negociações. Os três sindicatos que representam os guardas prisionais voltaram a sentar-se à mesa com Rita Júdice, ministra da Justiça, e o objetivo era, tal como tem acontecido com outras classes profissionais, chegar a um entendimento sobre a criação de um suplemento de missão. Esperava-se e confirmou-se, apurou o Observador, que a proposta apresentada pelo Governo fosse igual à apresentada esta quarta-feira à GNR e PSP pelo Ministério da Administração Interna, que continua, no entanto, a ser abaixo daquilo que os sindicatos reivindicam.

Rita Júdice propôs um suplemento de 10% para os guardas, 12% para as chefias e 14% para os comissários. O valor de referência é o ordenado do diretor nacional da PSP, o que significa, em valores brutos, 521€ para os guardas, 625€ para as chefias e 730€ para os comissários — mais 156 euros para todas as categorias face à proposta apresentada no início do mês. Tal como aconteceu esta quarta-feira, os sindicatos dos guardas prisionais não aceitaram a proposta e já foi marcada uma nova reunião para o dia 27 de maio, avançou Júlio Rebelo, do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, ao Observador.

“Não concordamos com a separação de percentagens. O risco é transversal a todos os postos, não poderá haver uma diferenciação nas carreiras”, explicou Júlio Rebelo, que acrescentou ainda que o valor fica abaixo daquilo que pretendem as estruturas sindicais. Sobre o valor apresentado, o representante sindical referiu que Rita Júdice disse estar a trabalhar com “as expectativas do orçamento que tem”.

Suplementos PSP e GNR. Governo propõe aumento de suplemento entre 521 e 730 euros. Sindicatos não concordam e há nova reunião dia 22

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O encontro estava marcado para as 15h, no Ministério da Justiça, mas começou com um atraso de meia hora. E estão presentes os três sindicatos representantes dos guardais prisionais: o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), a Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) e o Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP).

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A proposta feita esta quarta-feira aos sindicatos da GNR e da PSP prevê um subsídio de 10% (proposta anterior era de 7%) para guardas e agentes, 12% (proposta anterior era de 9%) para sargentos e chefes e 14% (proposta anterior era de 10%) para oficiais, tendo como referência o salário do comandante-geral da GNR e do diretor nacional da PSP, que é fixado pela tabela remuneratória única e pela posição 86 — que corresponde a 5.216,22€.

Guardas prisionais dizem que proposta de suplemento do Governo é humilhante

Depois da última reunião, no início do mês, os sindicatos disseram que a proposta feita pelo Ministério da Justiça — o mesmo que avançou com os aumentos dos suplementos nas carreiras da Polícia Judiciária — era “humilhante”. À Lusa, Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, explicou que, em alguns casos, a proposta chegava a implicar uma perda salarial de quatro euros, com a perda de outros subsídios atualmente existentes e rejeitam uma valorização de risco por categorias dentro da mesma carreira. “Nunca aceitaremos menos de 15% do vencimento do diretor da PSP”, avisou.