Siga aqui o nosso liveblog sobre a atualidade política no Irão 

Depois de o Irão ter confirmado, esta segund-feira, a morte do Presidente Ebrahim Raisi e do ministro de negócios estrangeiros Hossein Amir-Abdollahian, num desastre de helicóptero que aconteceu domingo à noite, através de comunicados e pelas redes sociais, os líderes internacionais reagiram.

Vice-Presidente iraniano, Mohammad Mokhbar, vai ser Presidente interino do Irão. Presidenciais marcadas para 28 de junho

Europa

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou esta segunda-feira as “sinceras condolências” em nome da União Europeia (UE) depois de ser anunciada a morte do Presidente do Irão, Ebrahim Raisi.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A UE expressa as mais sinceras condolências pela morte do Presidente Raisi e do ministro dos Negócios Estrangeiros [Hossein Amir-]Abdollahian, assim como de todos os elementos da delegação e tripulantes [que morreram] no acidente de helicóptero. Os nossos pensamentos estão com as famílias”, escreveu Charles Michel na rede social X (antigo Twitter), ao início da manhã desta segunda-feira.

O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, também se pronunciou sobre o acidente que matou o Presidente e o ministro de negócios estrangeiros iranianos. Numa publicação da rede social X, Duda lembrou o acidente de avião de Smolensk, em 2010, que matou 96 pessoas, incluindo o então Presidente polaco, Lech Kaczyński, acrescentando que os polacos têm “especial compreensão”. “Juntamo-nos aos familiares das vítimas e à nação iraniana em oração e pesar”, escreveu.

Josep Borrell, alto representante para a política externa da União Europeia, expressou as condolências por parte da União Europeia pela morte do Presidente Iraniano e ministro dos negócios estrangeiros do Irão no “trágico acidente de helicóptero de domingo”, num comunicado que depois publicou na rede social X.

Destoando com as restantes declarações internacionais, o líder da extrema direita holandesa, Geert Wilders, escreveu esta segunda-feira na rede social X: ““Espero que o Irão volte em breve a ser um Estado secular, com liberdade para o povo iraniano e sem um regime islâmico opressivo”.

Rússia 

O Presidente russo, Vladimir Putin  prestou homenagem ao Presidente iraniano, descrevendo-o como “político notável” e um “verdadeiro amigo” da Rússia. Reconhecendo que Raisi “deu um contributo pessoal inestimável para o desenvolvimento das relações de boa vizinhança entre os nossos países [Rússia e Irão] e envidou grandes esforços para as elevar ao nível de parceria estratégica.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, também prestou homenagem à memória do Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, afirmando em comunicado que “O Presidente Raisi e o ministro dos Negócios Estrangeiros Amir-Abdollahian eram amigos verdadeiros e de confiança”.

Turquia 

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestou-se “profundamente triste” com a morte do Presidente do Irão. “Como colega que testemunhou pessoalmente os seus esforços em prol da paz do povo iraniano e da nossa região durante o seu tempo no poder, recordo Raisi com respeito e gratidão”, declarou o Presidente turco, citado pela Sky News.

Egipto, Emirados Árabes Unidos e Qatar

O Presidente do Egipto, Abdel Fattah el-Sisi, lamentou as mortes numa declaração, citada pela Reuters, em que expressa a solidariedade do seu país com “a liderança e o povo do Irão nesta grande perda”.

O Presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e príncipe herdeiro do Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, afirmou que o seu país está solidário com o Irão naquilo que descreveu como um “momento difícil” e apresentou as suas condolências ao governo iraniano e ao povo do Irão, reporta o The Guardian, citando a agência Reuters.

O emir governante do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, enviou as suas “sinceras condolências” ao Irão, na sequência da morte do Presidente Raisi e do Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abollahian.

Numa declaração publicada no X, o emir do Qatar escreveu que está a pedir a “misericórdia e o perdão” de Deus para todos os que morreram no acidente de helicóptero. Tamim também desejou “paciência e consolo” às famílias dos que morreram. “Pertencemos a Alá e a Ele regressaremos”, acrescentou.

Líbano, Israel, Palestina e Iemen  

O Hezbollah, que recebeu apoio susbtancial por parte do Irão, lamentou as mortes provocadas pelo acidente de helicóptero. Descreveu Raisi como “um irmão mais velho, um verdadeiro apoiante e um defensor inabalável dos nossos problemas e dos problemas das nações árabes, sobretudo Jerusalém e Palestina” como avançou o Sky News.

Por sua vez, o Líbano declarou três dias de luto nacional e Israel garantiu não ter qualquer envolvimento com o acidente de helicóptero, “Não fomos nós” avançou um oficial israelita, que pediu anonimato, à agência Reuters.

O Presidente da Palestina Mahmoud Abbas, em comunicado, disse que “extendemos as nossas condolências ao povo iraniano” pelas mortes do Presidente e do ministro de negócios estrangeiros, acrescentando que “rezava a Deus todo-poderoso para que concedesse a Sua vasta misericórdia ao Presidente iraniano e aos restantes, e que desse paciência e consolo às suas famílias”, garantindo “a solidariedade do Estado da Palestina para com a liderança e o povo iraniano e todas as pessoas nesta grande aflição”, como avançou a Reuters.

O Hammas expressou as suas mais sinceras condolências por esta “perda imensa”, louvando o apoio por parte dos líderes iranianos à causa palestiniana e a sua resistência a Israel, dizendo ainda que as sólidas instituições iranianas serão capazes de ultrapassar “as repercussões desta grande perda”, como indicou a Reuters.

Mohammed Ali Al-Houthi, líder do supremo comite de revolução Houthi, disse, num post na rede social X: “Pedimos a Deus que conceda paciência e consolo às suas famílias. Verdadeiramente, pertencemos à Allah e a Ele regressamos. O povo iraniano manter-se-á próximo dos líderes do seu povo, pela vontade de Deus.”

Malásia

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, usou as redes sociais para recordar o encontro com Raisi: “Tive a honra de me encontrar com o Presidente Raisi à margem da Assembleia Geral da ONU, em novembro passado”, escreveu no Facebook. “Ele demonstrou um profundo empenho no bem-estar do seu povo e na dignidade da sua nação, que representa uma civilização orgulhosa e rica, enraizada nos princípios do Islão. A sua dedicação à justiça, à paz e à elevação da ummah foi verdadeiramente inspiradora. Comprometemo-nos a reforçar as relações Malásia-Irão, trabalhando em conjunto para a melhoria dos nossos povos e do mundo muçulmano. O nosso compromisso será cumprido”, rematou.

O governo do Irão confirmou esta segunda-feira a morte de Raisi e de Amir-Abdollahian, numa queda de um helicóptero no noroeste do Irão, cujos destroços foram localizados sem quaisquer sobreviventes.

O helicóptero que transportava Raisi foi localizado esta segunda-feira numa montanha no noroeste do Irão, anunciaram os serviços de emergência, que admitiram ter pouca esperança de encontrar sobreviventes.

O aparelho despenhou-se na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país.

O acidente deu-se no domingo, quando a comitiva regressava da fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem com o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev.

A Arábia Saudita, o Iraque e o Azerbaijão ofereceram ajuda a Teerão, enquanto o Presidente norte-americano, Joe Biden, foi informado sobre o incidente, segundo a Casa Branca, que não adiantou mais detalhes.

A Turquia enviou 32 equipas de salvamento e seis veículos e a União Europeia ativou o serviço cartográfico de resposta rápida Copernicus a pedido do Irão.