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O chefe das Forças Armadas norueguesas alertou esta segunda-feira que a NATO tem “dois ou três anos” para se preparar para um ataque russo. Em entrevista à Bloomberg, o general Eirik Kristoffersen argumentou que a Rússia terá capacidade para atacar o Ocidente em menos tempo que o esperado.
“A certa altura, alguém disse que demoraria 10 anos, mas penso que voltámos a ter menos de 10 anos, devido à base industrial [militar] que existe atualmente na Rússia”, declarou, referindo-se a estimativas da Aliança que a Rússia levaria uma década a reconstruir a sua capacidade militar durante a ofensiva na Ucrânia.
Para Kristoffersen, a janela temporal, pode ser de muito menos tempo: “vai demorar algum tempo, o que nos dá uma janela nos próximos dois ou três anos para reconstruir as nossas forças, para reconstruir as nossas reservas, ao mesmo tempo que apoiamos a Ucrânia”, acrescentou.
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O general norueguês insiste que o apoio ocidental à Ucrânia deve continuar, mas em simultâneo com um trabalho interno dos membros da Aliança, para fortalecer os seus sistemas de segurança, com uma “nova estrutura de comando, novas estruturas de forças e os novos planos regionais”.
A preocupação de defesa impõe-se à Noruega devido aos quase 200 quilómetros de fronteira que partilham, junto ao oceano Ártico. Mas, por agora, não há sinais de movimentações e as tropas russas continuam focadas na Ucrânia, declara Kristoffersen.
Para Eirik Kristoffersen, a solução passa pelo cumprimento das metas orçamentais da NATO: 2% do PIB nacional dedicado à defesa. A Noruega ainda não cumpre a meta, assim como Portugal e quase metade dos restantes estados-membros. Mas o chefe das Forças Armadas argumenta que atingir esta meta é essencial para fazer frente à reconstrução russa.
“Vejo agora uma oportunidade para cumprirmos os requisitos acordados pela NATO (…) Podemos cumprir esses planos e essas decisões nos próximos anos, mas temos de acelerar. Temos de o fazer em dois ou três anos para garantir que estamos preparados para tudo o que possa acontecer”, concluiu.