Em 2006, quando Portugal ficou em Marienfeld durante o Campeonato do Mundo, Vitinha tinha apenas seis anos. 18 anos depois, com Portugal novamente em Marienfeld durante o Campeonato da Europa, Vitinha faz parte da Seleção Nacional. E até já ouviu memórias daqueles que que estiveram nesse Mundial e que ainda vão estar neste Europeu.

“Tinha seis anos, não me lembro de muito, mas eles já estiveram a contar. Não só o Ronaldo, mas também o Ricardo [treinador de guarda-redes]. Explicaram como eram as coisas na altura e como são agora. É especial estarmos num sítio que foi importante para a Seleção e esperamos que volte a ser importante. Que seja o quartel-general que nos vai ajudar a preparar os nossos jogadores”, disse o médio do PSG, esta sexta-feira, na primeira conferência de imprensa da Seleção na Alemanha e menos de 24 horas depois da chegada da comitiva ao país.

Uma chegada que foi acompanhada por euforia, com muitos emigrantes portugueses na Alemanha a receberem a equipa no aeroporto e a acompanharem a viagem de autocarro até ao hotel. Para Vitinha, a demonstração de apoio é “de ressalvar e enaltecer”. “Tanto no aeroporto, no caminho para cá e no hotel, foi inacreditável. As pessoas gravavam para dentro do autocarro e nós para fora. Estava brutal. Foi importante aqui no Mundial da Alemanha, em 2006, e também foi importante em 2016, em França. Esta receção foi incrível”, explicou o jogador, que ainda sexta-feira vai estar no primeiro treino da equipa de Roberto Martínez na Alemanha, a partir das 18h, no Heidewaldstadion.

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Para Vitinha, a “chave” para o sucesso no Campeonato da Europa será “gerir as expectativas”, com o médio a lembrar que é preciso pensar nos jogos da fase de grupos antes de começar a voar mais alto. “Não convém pensar já no fim, mas sim no presente, no primeiro jogo e no futuro próximo. E o futuro próximo é o jogo com a República Checa”, acrescentou, reconhecendo que é “difícil” lembrar uma geração portuguesa com tanta qualidade, mas sublinhando que é preciso demonstrar essa capacidade em campo e “não na teoria”.

O bebé Rodrigo a quem Ronaldo pegou ao colo há 18 anos, entre a loucura da chegada da seleção a Marienfeld

Aos 24 anos, o médio do PSG vai estrear-se em Europeus depois de já estar estado no Mundial do Qatar e confessou que está a atravessar o “melhor momento da carreira” — depois de uma temporada em que foi titular indiscutível nos parisienses, voltou a conquistar a Ligue 1 e até ficou no onze ideal da Liga dos Campeões. “Foi uma época brutal para mim. Uma época muito boa, a nível pessoal e coletivo. Não havia melhor forma de chegar a este Europeu. Sinto-me motivado, preparado e ansioso por começar a ver a bola a correr e participar no meu primeiro Europeu. Espero ser importante e ajudar a Seleção”, garantiu.

Por fim, e já depois de “obviamente” recusar escolher uma companhia preferida no meio-campo do onze inicial de Roberto Martínez, Vitinha recordou a final do Euro 2016, altura em que tinha apenas 16 anos e estava ainda no Padroense. “Sou de 2000, era Sub-16, mas lembro-me de ver a final em casa com a minha família. Havia muita tensão e foi difícil ver o jogo até ao fim. Estava a ser um jogo tenso e importante para toda a gente, mas no final fizemos a festa e foi incrível. Nós, jogadores, sabermos que temos o poder de dar essa alegria uma vez mais… Se já havia vontade e ambição, poder dar essa felicidade aos portugueses, às nossas famílias e amigos, como em 2016, acho que rebenta a escala em termos de vontade”, terminou.