O antigo secretário de Estado e sócio da PLMJ Luís Pais Antunes falhou por apenas um voto a eleição como presidente do Conselho Económico e Social. Uma vez que para esta eleição é preciso garantir uma maioria qualificada (ou seja, de dois terços) dos votos dos deputados, o candidato indicado pelo PSD precisava de convencer 149 de 230 deputados — mas só teve 148 votos, pelo que falhou esta eleição para suceder a Francisco Assis no CES, decorrida, como é habitual, ao mesmo tempo que os deputados votaram para uma série de órgãos externos ao Parlamento.
Mais fácil foi a eleição dos cinco novos elementos do Conselho de Estado, como já se previa, uma vez que PS, PSD e Chega formaram uma lista conjunta para candidatarem os respetivos nomes (Pedro Nuno Santos, Carlos César, Carlos Moedas, Francisco Pinto Balsemão e André Ventura, entre os quais só César e Balsemão são repetentes). Por isso, de acordo com a ata da eleição, conseguiram 168 votos de 221 votantes, com 40 votos brancos e 13 nulos.
Apesar de o resultado ter sido confortável, isto significa que houve vários votos que falharam dentro das bancadas de PS, PSD ou Chega, uma vez que juntos estes partidos somariam 208 deputados. Como o Observador escreveu, no PS não foi unânime a decisão de apresentar uma lista conjunta, aparecendo ao lado do Chega (embora o resultado de apresentar uma lista separada fosse o mesmo, uma vez que os nomes entram pelo método d’Hondt, a ideia era que o PS não deveria aparecer na mesma fotografia que o Chega).
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Foi, aliás, esse o raciocínio de IL, Livre e Bloco, que nas horas anteriores vieram criticar a apresentação de lista conjunta — os bloquistas falaram numa “barreira à extrema-direita” que deveria ser levada a sério, prometendo votar em branco, e os liberais acusaram PS e Chega de “hipocrisia”.
As restantes eleições confirmaram-se, como também era esperado: os sete nomes divididos por PSD e PS (mais um suplente) para o Conselho Superior da Magistratura foram eleitos com 158 votos a favor, 57 brancos e seis nulos, confirma a mesma ata. O mesmo para os elementos da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (164 a favor, 56 brancos, três nulos), a Comissão de Acompanhamento e Fiscalização dos Centros Educativos (174 a favor, 45 brancos, quatro nulos), o Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN (151 a favor, 65 brancos, sete nulos), a Comissão Nacional de Eleições (206 a favor, 12 brancos, quatro nulos), o Conselho Superior do Ministério Público (177 a favor, 38 brancos, seis nulos), o Conselho Pedagógico do Centro de Estudos Judiciários (152 a favor, 65 brancos, seis nulos) e o Conselho Geral do Centro de Estudos Judiciários (164 a favor, 55 brancos, quatro nulos).
Também foi eleita a Presidente da Comissão para Igualdade e Contra a Discriminação Racial, a socialista Isabel Rodrigues, com 145 votos a favor, 68 brancos e dez nulos (em 223 votantes).