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O ministro da Educação disse nesta quinta-feira que é preciso corrigir a “falha” que permitiu a transferência indevida, através de “fraude informática”, de 2,5 milhões de euros do Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE), entretanto já recuperados.

Instituto de Gestão Financeira da Educação recupera 2,5 milhões que tinha perdido em fraude

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No fundo, não foi um ataque informático, mas é uma fraude informática. É um dos desafios que nós sabemos que existem nas empresas, nas agências governamentais” e “para todos cidadãos”, afirmou o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.

Em declarações à agência Lusa, em Évora, após uma reunião com direções escolares e municípios sobre o projeto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) relativo aos Centros Tecnológicos Especializados, o governante admitiu que “houve uma falha no sistema”, neste caso do IGeFE.

“É um alerta para dentro de cada serviço, para a administração pública como um todo e para a nossa sociedade. Estes esquemas fraudulentos são cada vez mais sofisticados, cada vez mais dissimulados“, referiu.

É necessário “perceber o que é que se passou”, afirmou Fernando Alexandre, indicando que, por se tratar de “um crime informático”, está em curso “uma investigação criminal”, pelo que é preciso aguardar pelos respetivos resultados.

O inquérito interno já instaurado pelo ministério visa, sobretudo, perceber “a dimensão da falha” e como aquele pode “tornar os [seus] procedimentos mais robustos”, indicou.

O Ministério da Educação informou nesta quinta-feira, em comunicado, que o IGeFE recuperou os 2,5 milhões de euros transferidos indevidamente na sequência de um esquema de fraude, que levou à demissão do presidente desse instituto, José Manuel Passos.

Estão em causa três transferências bancárias, que totalizam 2,5 milhões de euros, realizadas em junho para pagamento a uma empresa que presta serviços informáticos, tendo as verbas sido transferidas para a conta de outra entidade.

O caso foi denunciado à Polícia Judiciária quando a instituição percebeu que a empresa que tinha prestado os serviços não estava a receber os pagamentos.

O ministro realçou à Lusa que a recuperação dos 2,5 milhões de euros é uma “boa notícia” e deveu-se “à diligência do IGeFE” e à “rapidez com que foi dado o alerta”, que permitiu “identificar a conta para onde o dinheiro foi transferido”.

“No final, não houve penalização, o que é bom, é muito positivo, mas isso não deve reduzir a gravidade do problema, que foi essa falha, e vamos aprender com ela e tornar o sistema mais robusto para que não se volte a repetir”, prometeu.

Da parte das instituições, é preciso, “cada vez mais, capacitar a as pessoas, por um lado, e também robustecer os sistemas informáticos para garantir que os procedimentos são imunes a este tipo de fraudes”, afiançou.

O ministro da Educação destacou também que o IGeFE, que “garante a gestão financeira de todo o ministério”, é hoje “uma instituição de referência na área financeira e orçamental”, devendo-o “em grande medida, ao professor José Passos”.