O videoartista norte-americano pioneiro Bill Viola, que figura entre os criadores contemporâneos mais importantes do mundo, morreu aos 73 anos, em Long Beach, na Califórnia, Estados Unidos, confirmou este sábado o seu estúdio.
O artista morreu “pacificamente” na sexta-feira, em sua casa, devido a complicações derivadas da doença de Alzheimer de que sofria, segundo informou nas redes sociais o Bill Viola Studio, dirigido pela mulher, Kira Perov.
Considerado um dos artistas contemporâneos mais importantes do mundo, Viola começou a ganhar reputação rapidamente quando os primeiros criadores artísticos que trabalhavam com vídeo emergiram na década de 1970.
Inspirado pelos grandes mestres da Renascença, muitos dos seus trabalhos ecoam as grandes obras deste período, embora os seus primeiros projetos mostrem um fascínio pelos efeitos especiais.
Nos anos 1990, a sua obra assume um caráter mais pessoal após a morte da mãe e o nascimento do segundo filho, período em que se destaca o “Tríptico de Nantes”, conjunto onde, num dos três painéis, exibiu imagens da mãe no leito de morte.
Os vídeos e instalações que exibiu ao longo da carreira refletem uma fixação pelas diferentes fases da vida humana, incluindo a morte, bem como pelo desenvolvimento da consciência e pelas tradições espirituais ocidentais e orientais, incluindo o budismo zen, o sufismo islâmico e o misticismo cristão.
“The Quintet Series (2000), Observance (2002), “The Tristan Project” (2004), “The Night Journey” (2005), “Ocean without a Shore” (2007) e “Bodies of Light” (2009) estão entre as suas principais obras.
Viola, nascido em 1951 em Nova Iorque, licenciou-se em Belas Artes na Universidade de Syracuse em 1973, e pouco depois começou a colaborar com o pianista e compositor de vanguarda David Tudor, um dos muitos artistas e instituições com quem trabalhou durante a sua longa carreira.
Em 1989, uma exposição internacional itinerante trouxe a Lisboa, pela primeira vez, por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, uma seleção de trabalhos em vídeo e instalação do artista norte-americano, nas quais abordava diferentes estados de consciência.
Antes de inaugurar no Centro de Arte Moderna, da Gulbenkian, a exposição intitulada “Bill Viola: Installations and Videotapes” passou por várias instituições europeias, entre 1988 e 1989, nomeadamente nos Riverside Studios de Londres, na Inglaterra, Douglas Hyde Gallery, em Dublin, na Irlanda, e o Museu de Arte Contemporânea de Sevilha, em Espanha.
O artista norte-americano recebeu numerosas distinções, incluindo o Prémio da Fundação MacArthur (1989), o Prémio Internacional Catalunha XXI (2009), o Prémio Imperial da Associação de Arte do Japão (2011) e o grau honorário de Doutor Honoris Causa (2011) da Universidade de Liège, na Bélgica.