Durante meses os sindicatos da PSP e associações da GNR tentaram negociar um suplemento de missão, um aumento salarial e a respetiva valorização da carreira, estando a lutar pela paridade com a Polícia Judiciária.

A primeira reunião aconteceu a 22 de abril e daí não resultou nenhum acordo que agradasse às forças policiais que dias antes tinham enviado duas propostas de pagamento do suplemento de risco à tutela.

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Em maio os sindicatos e associações propuseram um aumento de 540 euros para todas as forças policiais, sendo que neste caso o que estaria em causa seria um aumento sucessivo do suplemento de missão ao longo dos anos, contudo, o Governo não aceitou.

No passado dia 9 de julho, um acordo separou os polícias. Na quinta reunião entre o Ministério da Administração Interna e as forças policiais, quatro sindicatos aceitaram a proposta apresentada em junho por Margarida Blasco para todos os agentes da PSP e militares da GNR receberem mais 200 euros na componente fixa do suplemento já este ano e mais dois aumentos de 50 euros nos próximos dois anos, totalizando assim 300 euros.

Suplementos da PSP e GNR. O dia em que um acordo separou os polícias

Nem todas as organizações aceitaram e esta segunda-feira a ministra da administração interna deu por encerradas as negociações sobre os aumentos salariais da PSP e da GNR.

Estas negociações estão encerradas”, adiantou.

MAI diz estarem “encerradas” negociações salariais com GNR e PSP

A Rádio Observador falou com o Presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, que disse que o sindicato nacional da policia não pode aceitar que três sindicatos da PSP ponham em causa o todo dos seus profissionais.

SINAPOL. “Polícias vão sair à rua em setembro”

Realça que “a senhora ministra ao utilizar esse argumento só está a dar força aquilo que a SINAPOL sempre disse. Qualquer acordo que fosse um mau acordo não deveria ter sido assinado e esse, neste momento, acaba por ser o problema”.

Margarida Blasco considera este entendimento entre o Governo e a PSP e GNR como sendo um excelente acordo, no entanto, Armando Ferreira não concorda e sublinha a ideia dos sindicatos e associações “terem verificado que, para alguns, há mais uns cêntimos para além dos 300 euros e, para outros, nem mais um cêntimo do que os 300 euros“.

Não podemos aceitar que o Governo esteja desta forma intransigentemente fechado à abertura de uma negociação importante para corrigir mais um erro que foi praticado “, reforça.

Sobre as ameaças de futuros protestos, Armando Ferreira diz que o “sindicato afirma categoricamente que haverá protestos se, no decurso do ofício que vai chegar hoje ao gabinete da administração interna e ao gabinete do primeiro ministro, até setembro não forem abertos procedimentos negociais extraordinários”.

Suplementos. Plataforma que representa PSP e GNR abre porta a aumentos faseados (o que pode levar a cisão interna), mas não exclui protestos