Kamala Harris e Donald Trump estão separados por apenas um ponto percentual na sondagem da Reuters/Ipsos para as eleições presidenciais norte-americanas, publicada esta terça-feira. Na segunda sondagem desde que Joe Biden anunciou a desistência da corrida, Kamala Harris lidera com 43% das intenções de voto.

Os inquéritos para a sondagem — que tem uma margem de erro de 3,5% — foram levados a cabo ao longo de três dias, de sexta a domingo. Segundo os resultados, 43% dos eleitores registados declararam que iam votar em Harris, a potencial candidata democrata, enquanto 42% expressaram o seu apoio a Donald Trump, ex-Presidente e atual candidato pelo partido republicano.

A vitória de Kamala Harris na sondagem confirma a sua subida de popularidade desde o dia 21 de julho, quando Biden desistiu da corrida e apoiou a vice-Presidente para tomar o seu lugar.

Biden “passa a tocha” a Kamala para “proteger a democracia” de “ditadores e tiranos”: o discurso do Presidente dos EUA em quatro pontos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ainda assim, a Reuters destaca como esta vantagem não antecipa necessariamente o resultado das eleições, uma vez que a existência do colégio eleitoral faz com que estas sejam decididas em alguns Estados chave, como o Arizona, o Michigan ou a Pensilvânia.

[Já saiu o primeiro episódio de “Um rei na boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor.]

Neste sentido, a Bloomberg partilhou também esta terça-feira uma sondagem especificamente sobre os swing states, os Estados decisivos. Os inquéritos foram levados a cabo no Arizona, Georgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin, entre os dias 24 e 28 de julho.

Nestes sete Estados, Kamala Harris também lidera, com 48% das intenções de voto, contra 47% de Donald Trump. Se nas sondagens a nível nacional, a margem deixa muito espaço para dúvidas, numa sondagem sobre os Estados decisivos, a vitória, ainda que curta, pode dar esperança para o partido democrata.

Mais de 33% dos inquiridos responderam que estavam mais inclinados a votar no partido democrata, agora que Kamala Harris está alinhada para ser a sua candidata. Este número sobe ainda mais e passa dos 40% entre os eleitores jovens, negros e hispânicos.

Ainda assim, em ambas as sondagens, os planos de Donald Trump para a economia continuam a ser mais elogiados pelos inquiridos. Harris destaca-se pelos projetos para a saúde, mas a economia é vista pelos eleitores dos swing states como um problema mais urgente.

As vitórias de Harris em duas semanas de campanha

A sondagem da Reuters da semana passada, realizada logo a seguir ao anúncio do Presidente norte-americano marcou o ponto de viragem. Em apenas dois dias, Kamala Harris ultrapassou Donald Trump nas intenções de voto: reunia 44% das intenções, contra os 42% do republicano.

Os resultados das últimas duas semanas inverteram a tendência de queda a que o partido democrata tinha vindo a assistir, desde o debate televisivo Biden-Trump. Perante pedidos insistentes de desistência e críticas à capacidade de liderança do Presidente, as sondagens registavam um empate técnico entre os dois candidatos, com uma ligeira vantagem para Trump.

O sucesso da curta campanha Kamala Harris comprova-se ainda com outros marcadores do inquérito. No início de julho, 40% dos eleitores tinham uma visão favorável da vice-Presidente, número que subiu para 46% esta semana. Já as visões negativas, diminuíram. Se no início do mês, 57% via Harris negativamente, agora, este número diminuiu para 51%.

Por outro lado, a popularidade de Donald Trump manteve-se inalterada: 41% dos eleitores tem uma visão positiva do ex-Presidente, enquanto 56% tem uma visão negativa.

Para além do sucesso entre os eleitores, Harris já comprovou que também conseguiu entusiasmar os ânimos do partido democrata. A potencial candidata à Casa Branca ainda tem de esperar pela nomeação oficial na Convenção do Partido, mas já garantiu o apoio da maioria dos delegados para a conseguir.

Kamala Harris ultrapassa apoio necessário para garantir nomeação. Campanha arrecadou 100 milhões de dólares num dia

Também junto dos financiadores, as mudanças dentro do partido democrata correram bem. Kamala Harris conseguiu bater o recorde de mais fundos individuais em 24 horas e conseguiu recuperar os fundos que tinham sido congelados pelos financiadores democratas, exigindo a desistência de Biden.