Os republicanos do Congresso dos EUA iniciaram esta segunda-feira um novo processo de destituição do Presidente Joe Biden, que coincide com a abertura da convenção democrata, mas que quase não tem hipóteses de sucesso.

Três influentes comités da Câmara dos Representantes, de maioria republicana, acusam o Presidente democrata de corrupção no que diz respeito aos assuntos empresariais no estrangeiro do seu filho Hunter.

O líder republicano do Comité Judiciário, Jim Jordan, explicou que a investigação provou queBiden tinha “abusado do seu cargo público para o benefício financeiro da família Biden e dos seus parceiros de negócios”.

“O legado do Presidente Biden é marcado pelo abuso de cargos públicos, corrupção e obstrução”, acrescentou James Comer, presidente da Comissão de Supervisão da Câmara.

“As provas fornecidas pelo nosso inquérito de destituição fazem deste o melhor caso de impeachment que um presidente em exercício da Câmara dos Representantes alguma vez considerou”, disse Corner.

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O relatório — composto sobretudo por insinuações e inferências baseadas na relação filial — repete essencialmente argumentos há muito veiculados pelos republicanos, que nunca foram capazes de fornecer provas concretas que sugerissem que o Presidente teria usado as suas funções em benefício do filho ou estaria envolvido nos seus assuntos.

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Biden — que deverá despedir-se do seu partido esta segunda-feira mesmo, em Chicago, durante a convenção democrata e passar o testemunho à sua vice-Presidente, Kamala Harris, candidata às eleições de novembro contra o republicano Donald Trump — sempre negou qualquer ligação às negociações duvidosas do seu filho.

Os republicanos há muito que procuram usar os problemas pessoais de Hunter Biden, também conhecido pelo seu vício em drogas e álcool, para manchar politicamente o seu pai.

Esta não foi a primeira vez que os republicanos tentaram um processo de destituição contra Biden, mas os seus esforços nunca foram suficientemente longe para resultar numa votação na Câmara dos Representantes.

As tentativas dos republicanos nesse sentido têm sido vistas como um desejo de vingar as duas acusações de impeachment Donald Trump, quando este era Presidente, em 2019 e 2021.

Os republicanos têm apenas uma maioria muito curta na Câmara dos Representantes, e é improvável que consigam ser unânimes nesta matéria, pelo que os seus esforços deverão falhar, também desta vez.