O FBI relatou esta quarta-feira novos avanços na investigação em curso à tentativa de assassinato a Donald Trump. Thomas Matthew Crooks terá passado meses a analisar os eventos dos dois partidos, antes de ter escolhido como alvo o comício republicano em Butler, no dia 13 de julho.

“Durante toda a nossa análise, Vimos um esforço detalhado e sustentado de planear um ataque em alguns eventos, o que quer dizer que ele olhou para vários eventos ou alvos”, declarou o responsável da agência federal no gabinete de Pittsburgh, na Pensilvânia, citado pela Reuters.

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Em conferência de imprensa, Kevin Rojek adiantou que o atirador fez mais de 60 pesquisas sobre Donald Trump e Joe Biden. Só no início de julho, quando Trump anunciou o comício em Butler, é que Crooks se registou para participar, ficando “hiper-focado” no evento, que encarou como “um alvo de oportunidade”.

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Apesar das novas informações recolhidas, o FBI continua a recusar apresentar conclusões sobre as motivações ideológicas do atirador: no seu computador havia pesquisas sobre vários espectros políticos e tanto sobre a Convenção Republicana como Democrata.

“Não vemos uma ideologia definitiva associada ao sujeito, quer inclinada à esquerda ou à direita. Tem sido uma mistura e algo que ainda estamos a tentar analisar e retirar conclusões”, acrescentou Rojek.

Esta foi a terceira comunicação que a agência federal fez aos jornalistas, para atualizar o estado da investigação. O FBI confirmou também que Crooks agiu sozinho e que a entrevista a Donald Trump, na qualidade de vítima, foi “produtiva”.

Donald Trump aceitou ser entrevistado pelo FBI no âmbito da investigação ao seu ataque

Para além das novas informações sobre as longas pesquisas e os planos detalhados, o FBI publicou ainda quatro novas fotos das provas, partilhadas pela CBS News. Estas incluem a arma de Crooks utilizou, a mochila onde a guardou, o interior do seu carro, com o dispositivo explosivo que construiu, e o aparelho de ar condicionado que utilizou para subir para o telhado.

Contudo, os agentes notaram que os dois explosivos, o que estava no seu carro e um outro na sua casa, eram “relativamente rudimentares”. Cooks tinha consigo um transmissor, mas os recetores da bomba estavam desligados e “os dispositivos tinham vários problemas problemas na sua construção“, notou o FBI.